DIA DA CAATINGA

Pesquisa inovadora com bioinsumos da caatinga é destaque no Programa Bem Viver

Uneb apresenta proposta de utilização de bactérias para favorecer a agricultura feita no bioma

Ouça o áudio:

Bioma é rico em diversidade vegetal e animal. - André Pessoa
Pesquisa com insumos da Caatinga ajuda culturas a sobreviver a estiagem e a aumentar a produção

Única no mundo e 100% brasileira, a Caatinga vem mostrando grande potencial como base para pesquisas científicas. Uma delas, desenvolvida pela Universidade Estadual da Bahia (Uneb), aponta que bactérias do bioma são eficazes para produção de bioinsumos que garantem produção agroecológica em situações de estresse hídrico, sem que seja necessário usar insumos químicos.

Esta inovação científica foi debatida no Programa Bem Viver desta quarta-feira (28), data em que se celebra o Dia da Caatinga.

“Bioinsumos são bactérias e fungos que podem ser aplicados direto na agricultura”, conta o pesquisador Adailson Feitosa, da Uneb. “Já avançamos bastante e agora estamos testando o experimento em campo para verificar se há aumento na produtividade, embora esse não seja nosso principal objetivo. O que queremos é que as culturas consigam sobreviver em uma condição de seca e por consequência disso a produtividade aumente”, explica.

A caatinga, predominante no semiárido nordestino, sofre com o desmatamento e com o avanço da soja por áreas de mata nativa. Dados recentes apontam que ao menos 51% da caatinga já foi desmatada e convertida em pastagens e áreas de uso agrícola, situação que tende a piorar com o desmonte de órgãos de fiscalização ambiental.

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Comunidades indígenas reivindicam terra

A questão territorial indígena também esteve em pauta na edição. As comunidades Guarani Tenondé Porã e Jaraguá, que vivem na capital paulista, estão mobilizadas para reivindicar a aprovação de um projeto de lei que garante a criação de um cinturão verde no entorno da cidade de São Paulo, garantindo espaço protegido para que eles possam manter a forma de vida.

Outra mobilização indígena, agora no oeste do Paraná, na Reserva da Mangueirinha, denuncia que mil hectares foram invadidos por latifundiários que estão utilizando o terreno para plantação de soja. Segundo lideranças indígenas, há 10 anos a comunidade cobra uma intervenção da Fundação Nacional do Índio (Funai) na região.

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Acidentes domésticos

O Bem Viver também destacou o aumento de mais de 100% no número de acidentes domésticos com crianças, entre 2019 e 2020, passando de 18 mil registros para pelo menos 40 mil. Especialistas levantam a hipótese que esse aumento esteja relacionado à pandemia e ao fato de as crianças terem passado mais tempo em casa. Esta é a principal causa de mortes na faixa etária de 1 a 14 anos.

“Produtos de limpeza tem que ficar em lugares altos, longe do alcance de crianças, assim como remédios, que não podem ficar em lugares acessíveis, como mesinhas de cabeceira”, disse a Ana Escobar, pediatra da faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

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Edição: Daniel Lamir