No momento em que o Brasil ultrapassa a marca de 400 mil mortes por Covid-19 desde o início da pandemia, o movimento Levante Popular da Juventude realiza nesta sexta-feira (30) ações em oito estados brasileiros com o intuito de cobrar posicionamento dos senadores titulares da CPI da Covid.
A ação faz parte da “Jornada de luta e solidariedade da classe trabalhadora”, promovida pelas Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo e foi realizada em Macapá (AP), Maceió (AL), Manaus (AM), Recife (PE), Porto Velho (RO), Fortaleza (CE), Salvador (BA) e no Distrito Federal. Em todos os estados, os militantes carregaram faixas com a mensagem principal: "A 'gripezinha' já matou 400mil e a cloroquina não salvou ninguém. Os responsáveis ficarão impunes? O Brasil quer justiça!".
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Conhecido por realizar protestos contundentes e ações de visibilidade nacional, em nota, o movimento afirma que “foram escolhidos lugares simbólicos, como a residência dos senadores, seus escritórios e em frente a hospitais de campanha”.
Dos 11 senadores que compõem a Comissão Parlamentar de Inquérito, oito foram alvo das ações. São eles, o relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), Eduardo Braga (MDB-AM), Eduardo Girão (Podemos-CE), Tasso Jereissati (PSDB-CE), Otto Alencar (PSD-BA), Humberto Costa (PT-PE), Marcos Rogério (DEM-RO) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que preside a Comissão.
Élida Elena, da Coordenação Nacional do Levante e vice-presidenta da União Nacional dos Estudantes, disse ao Brasil de Fato que “a CPI pode ser um espaço importante para responsabilizar Bolsonaro pela quantidade de mortos e por sua conduta irresponsável e negacionista frente ao momento em que vivemos”.
Além disso, Élida afirma que “com mais de um ano de pandemia, quando uma grande parte do mundo tem avançado no processo de vacinação e na forma de lidar com a pandemia, o Brasil vive um dos seus piores momentos. Chegamos aos mais de 400 mil mortos e não temos perspectivas para a saída desta crise sanitária”.
A CPI da Covid
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 começou a ser instalada no Senado Federal na última terça-feira, dia 27 de abril. Com o início dos trabalhos, a comissão pode encurralar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), acusado de omissão na condução da pandemia no Brasil. A Comissão deve ouvir, dentre outros nomes, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, ex-ministros da Saúde do governo de Jair Bolsonaro.
De acordo com a legislação, os integrantes de uma CPI podem realizar diligências, tomar depoimento de qualquer autoridade, inquirir testemunhas, solicitar informações ou documentos de qualquer natureza para um órgão público e até mesmo quebra de sigilos.
Edição: Vinícius Segalla