Dolo ou trapalhada?

Antes de sair, Pazuello deu ordem que culminou na falta de 2ª dose da vacina no país

Ex-ministro de Bolsonaro determinou que estados e municípios não estocassem imunizantes

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Pazuello e Bolsonaro na cerimônia de posse do ministro da Saúde. - Marcelo Camargo/Agência Brasil

Em 21 de março, a dois dias de sair do cargo de Ministro da Saúde, o general Eduardo Pazuello determinou aos municípios e estados que aplicassem todo o estoque de vacina, sem reserva para a segunda dose. O resultado é que a não há mais reserva para garantir a imunização completa dos que necessitam de mais uma aplicação.

Na época, Pazuello afirmava que “com a liberação para aplicação de imediato de todo o estoque de vacinas guardadas nas secretarias municipais, vamos conseguir dobrar a aplicação.”

Uma semana depois, o governo voltou atrás na decisão de Pazuello, mas era tarde demais. Nos últimos dias, oito capitais anunciaram que interromperam a aplicação da 2ª dose por falta de vacinas, são elas: Rio de Janeiro, Aracajú, Fortaleza, Macapá, Natal, Porto Alegre, Porto Velho e Teresina.

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Em entrevista ao G1, comentando a falta de imunizantes, o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, não se constrangeu em colocar Pazuello como responsável, ao comentar a falta de vacinas. “Decorre da aplicação da segunda dose como primeira dose. Logo que houver entrega da CoronaVac, será solucionado.”

A recomendação dos especialistas é que estados e municípios reservem a 2ª dose para garantir a imunização dos que já receberam a primeira. No dia 26 de abri, Queiroga, em audiência do Senado, informou que a orientação já foi modificada e que o governo, agora, reconhece a orientação da ciência.

No Brasil, são usadas as vacinas CoronaVac, do Instituto Butantan, e Aztrazeneca, da Oxford e Fiocruz. Ambas, exigem a aplicação da segunda dose para garantir a imunização do paciente. A primeira, em 28 dias e a segunda em três meses.

Edição: José Eduardo Bernardes