Em vistoria realizada pela Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro nos postos de saúde do município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, na última segunda-feira (3), foi constatada uma série de irregularidades na vacinação contra a covid-19.
De acordo com o órgão, as informações e o pessoal para atendimento eram escassos, as filas estavam quilométricas e não havia atenção às prioridades de aplicação. Além disso, podiam ser vistas pessoas muito idosas e com deficiência esperando em pé na fila, sem distanciamento social.
"A situação de desespero das pessoas que estavam aguardando é caótica. Os poucos funcionários disponíveis não davam conta de informar e organizar a demanda. O sofrimento e a ansiedade em saber se seriam vacinados dominava o cenário desolador de expor pessoas vulneráveis a tamanha falta de transparência e humanidade", disse a defensora pública Alessandra Bentes.
Leia mais: Defensoria cobra explicações após tiroteios com a PM que deixaram 9 mortos no RJ
O órgão notificou o município para que preste esclarecimentos, estudando as medidas judiciais cabíveis e apresentando ao Ministério Público do Rio (MP-RJ) os documentos obtidos na vistoria para fins de apuração de conduta típica na esfera penal e no seio da improbidade administrativa. Ou seja: os defensores encaminharam aos promotores relatório que aponta indícios de crimes da administração pública na condução do combate à pandemia na cidade da Baixada Fluminense.
Reincidência
Desde o inicio da campanha de imunização, foram registradas longas filas, poucos polos de vacinação, frustração e muitas reclamações por parte dos moradores de Duque de Caxias. Por conta disso, o Ministério Público moveu uma ação judicial contra o prefeito Washington Reis (MDB) e conseguiu o bloqueio de quase R$ 2,5 milhões em bens do governante, para eventual ressarcimento ao erário.
::"Sobreviver, neste momento, não é pouca coisa", diz o psicanalista Christian Dunker::
De acordo com o MP-RJ, Washington Reis, além de não obedecer o Plano Nacional de Imunização, expôs centenas de pessoas ao risco com concentrações e aglomerações na campanha. O prefeito informou que vai recorrer da decisão.
O Brasil de Fato procurou a prefeitura de Duque de Caxias para um posicionamento sobre as irregularidades apontadas pela Defensoria. A reportagem não recebeu retorno até a publicação.
Fonte: BdF Rio de Janeiro
Edição: Jaqueline Deister