Crise hídrica

Monitoramento revela que Paraná registrou mês de abril mais seco da história

Na análise do Simepar, oito municípios apresentaram o abril menos chuvoso desde o início da série histórica, em 1998

Brasil de Fato | Curitiba (PR) |
Curitiba e outras sete cidades tiveram o abril mais seco desde o início da série histórica, iniciada em 1998 - Foto: Alessandro Vieira/AEN

A crise hídrica voltou a se agravar no Paraná. Curitiba e outras sete cidades tiveram o abril mais seco desde o início da série histórica, iniciada em 1998. Dos 13 municípios analisados pelo Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) a pedido da Agência Estadual de Notícias (AEN). Apenas em Guaratuba, no Litoral, a chuva foi superior à média.

No total, a precipitação nos 13 pontos diferentes do estado foi de 369 milímetros (mm), ou 25,7% da média histórica, estimada em 1.434,1 mm no acumulado para essas mesmas áreas.

Londrina foi a cidade em que menos choveu no mês passado entre os locais pesquisados. Apenas 0,6 mm, ante uma expectativa de 85,1 mm. Na capital do estado, que convive com um rodízio no fornecimento de água desde o ano passado, a precipitação atingiu 8,8 mm, cerca de 10% do esperado para o período (81,6 mm). O desempenho repete o abril de 2000 como os piores índices mensurados desde 1998.

Em Curitiba, essa tendência reforça o cenário de março mais seco em 24 anos e confirma a previsão dos institutos de meteorologia para um período de baixa precipitação entre o outono e o inverno. “Nessa etapa do ano a chuva já costuma ser abaixo do normal. Mas desta vez o volume ficou ainda mais baixo. Um abril muito seco em quase todo o estado do Paraná”, afirmou o meteorologista do Simepar, Fernando Mendonça Mendes.

Nesta última segunda-feira (3), a média dos reservatórios do Sistema de Abastecimento Integrado de Curitiba e Região Metropolitana (SAIC) foi de 54,08%. Uma queda significativa em relação ao último dia março, quando o índice mostrava 60,79%.

“Embora já houvesse a previsão de poucas chuvas, a situação em abril superou negativamente as nossas expectativas porque ficaram muito abaixo da média”, ressaltou o diretor de Meio Ambiente e Ação Social da Sanepar, Julio Gonchorosky. “A população tem colaborado até agora com o uso econômico da água e mantemos esse alerta para que esses hábitos de economia sejam mantidos. A intenção é passar os próximos meses com níveis mínimos de reservação”, destacou.

Maio

Ainda de acordo com o Simepar, as frentes frias, responsáveis pela chuva nessa época do ano, não conseguiram ingressar no Paraná com força suficiente para causar precipitações expressivas. Além disso, foram poucos os sistemas frontais que passaram pelo Paraná.

A expectativa, segundo o instituto, é que em maio as chuvas sigam abaixo da média em todo o Estado. “Precisamos saber quanto menor será esse volume. Se ruim como foi em abril ou mais perto da média histórica”, observou Mendes.

Fonte: BdF Paraná

Edição: Lia Bianchini