Crise econômica

Jornal Brasil Atual Edição da Tarde | 6 de maio de 2021

Frente Nacional de Defesa do Consumidor é criada para barrar retrocessos em direitos

Ouça o áudio:

Idec considera que é prioritário combater oferta indevida de linhas de crédito para idosos - Marcos Santos/USP Imagens

Segundo pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, 60 milhões de brasileiros estão endividados. Desses, 30 milhões estão superendividados.

Para tentar manter as contas em dia, os brasileiros têm recorrido, cada vez mais a empréstimos. Segundo Marié Miranda, presidente da Comissão Especial de Defesa do Consumidor do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), 70% da renda do brasileiro vai para pagamento de dívidas.

As famílias, muitas vezes, deixam de comprar comida e medicamentos para acertar contas. E o que vem acontecendo com mais frequência é a prática de novos empréstimos para pagar os antigos, criando uma situação insustentável, aponta Marié Miranda. 

Com a finalidade de proteger a integridade dos cidadãos foi criada na última semana a Fenadecon. Composta por professores, defensores públicos, advogados, membros do Ministério Público, entidades civis, representantes de Procons e cidadãos de todo o Brasil, a frente pretende barrar possíveis retrocessos que ameacem os direitos do consumidor.

A diretora-executiva do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), Teresa Liporace, comenta que uma medida prioritária da frente é acabar com a oferta indevida de linhas de crédito para idosos, feitas repetidas vezes ao dia e durante um longo período de tempo por telefone.

O movimento pretende também barrar a MP 533, que visa dificultar o acesso do cidadão ao Judiciário para reclamar de serviços ofertados. Segundo Teresa Liporace, existe desobediência à legislação de consumo por parte de grandes empresas fornecedoras de serviços, como as empresas de telefonia e planos de saúde. 

Por outro lado, a Fenadecon também quer facilitar a vida dos brasileiros. Há 6 anos tramita um projeto para rever os juros e as cobranças de endividados, o PL de número 3515 do ano de 2015.

Neste momento de pandemia, rever os juros e formas mais brandas de pagar as dívidas faz com que o brasileiro tenha autonomia para usar seu dinheiro e assim, reaquecer a economia, explica Marié Miranda, presidenta de Defesa do Consumidor do Conselho Federal da OAB. 

*Com informações de Larissa Bohrer.

Confira o jornal completo no áudio acima.

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O Jornal Brasil Atual Edição da Tarde é uma produção conjunta das rádios Brasil de Fato e Brasil Atual. O programa vai ao ar de segunda a sexta das 17h às 18h30, na frequência da Rádio Brasil Atual na Grande São Paulo (98.9 MHz) e pela Rádio Brasil de Fato (online). Também é possível ouvir pelos aplicativos das emissoras: Brasil de Fato e Rádio Brasil Atual.

Edição: Mauro Ramos