A ex-presidenta Dilma Rousseff criticou, em postagens publicadas no seu perfil do Twitter, o vice-presidente Hamilton Mourão. “A chacina no Jacarezinho, durante a pandemia com já 420 mil mortes, mostra um País em completo desgoverno onde reina a ignóbil e distorcida mentalidade expressa na frase do general Mourão: ‘mas, são todos bandidos'”, postou.
Dilma faz referência às declarações feitas por Mourão, que afirmou não ter dúvidas de que os mortos em decorrência da ação policial eram “bandidos”. “A narcoguerrilha no Rio praticamente controlam determinadas áreas e impedem a entrada do estado, enquanto o estado não resolver problemas vamos ter situações como essa. Se permitirmos que a narcoguerrilha se fortaleça vamos admitir que o estado é incompetente para ter soberania em todo o seu território”, disse o vice.
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“O vice-presidente revela sua verdadeira índole ao chancelar o extermínio da população civil como se houvesse nas leis brasileiras autorização para o assassinato quando praticado pela polícia ou pela omissão do governo”, apontou Dilma. “O extermínio de cidadãos brasileiros no Jacarezinho, autorizado pelo governador bolsonarista, segundo a imprensa, é uma afronta ao STF que proibiu ações policiais nas favelas durante a pandemia.”
Dilma pediu também providências por parte do sistema de Justiça em relação à chacina do Jacarezinho. “Os responsáveis pelo crime estão visíveis e devem ser punidos para que a justiça e o Ministério Público não se manchem de sangue. #ChegaDeMortesAutorizadas“, publicou.
‘É a cara da política de ódio de Bolsonaro’
Antes de Dilma, outras personalidades da cena política também haviam repudiado as declarações do vice de Bolsonaro. “Mourão acha que todo morador de comunidade é bandido. É a cara da política de ódio de Bolsonaro, a criminalização da pobreza e racismo. O caminho da humanização é longo. Não é só nas periferias que se combate tráfico de drogas. Vidas pobres e negras importam, e muito!”, postou em seu perfil no Twitter a presidenta nacional do PT Gleisi Hoffmann.
“O desastre policial aterrorizou trabalhadores, idosos e crianças. Será que Mourão acha que todos os moradores de comunidades são bandidos? Ele defenderia o mesmo tratamento policial aos bandidos de colarinho branco?”, questionou o senador Fabiano Contarato (Rede-ES).
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O deputado federal Ivan Valente (Psol-SP) acompanhou as críticas. “Pior chacina ocorrida no Rio e o vice Gen. Mourão, mesmo sabendo q a polícia mexeu nas cenas do crime e não reconheceram nenhum corpo ainda, declara ‘é tudo bandido’. Tem é muito bandido, torturador e miliciano morando em ‘casas de vidro’, q odeiam e massacram o pobre. Sem vergonhas!”, publicou.