Após mais de um ano de pandemia da covid-19, a cidade de Nova Iorque, uma das mais afetadas nos Estados Unidos, ainda possui cerca de 750 cadáveres de vítimas da infecção gerada pelo novo coronavírus armazenados em containers nas ruas do Brooklyn.
Até o momento, a cidade acumula 938 mil casos e 32 mil falecidos pelo vírus sars-cov2.
Não há previsão para a remoção ou enterro dos corpos. Segundo a administração municipal, as autoridades ainda tentam identificar os corpos, aqueles que não forem reclamados por familiares serão enterrados em Hart Island, no Bronx, zona periférica de Nova Iorque.
O cemitério, localizado numa ilha a 1,6km da costa nova iorquina, é considerado a maior fossa comum da cidade, com uma média de mil enterros anuais. Uma análise do Centro Stabile de Columbia, aponta que 1/10 dos nova-iorquinos vítimas da covid-19 estão enterrados neste local.
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Em 2020, o número de enterros dobrou em relação ao ano anterior, com 2.666 sepultamentos. Somente em 2021, foram realizados 504 enterros até o momento, de acordo com os dados do consultório médico legal de Hart Island.
Os containeres foram abertos como unidades de armazenamento temporário dos corpos em abril de 2020. No entanto, mais de um ano depois, continuam sendo o destino de mais de 700 cadáveres.
Em fevereiro, o governo federal enviou US$ 2 bilhões para um fundo de planos de financiamento de funerais. Do total, Nova Iorque receberia US$ 260 milhões para a população mais vulnerável. Um funeral pode custar cerca de US$ 7 mil nos Estados Unidos, quase sete vezes o valor da média salarial dos trabalhadores estadunidenses. Organizações sociais afirmam que o orçamento não é suficiente para atender a demanda.
Edição: Leandro Melito