No Projeto de Lei Orçamentária Anual para 2021, apresentado pelo governo Bolsonaro ainda no mês de setembro do ano passado, os recursos retirados da Saúde, Educação e Ciência, Tecnologia e Inovação, somavam mais de R$ 5 bilhões.
Na semana passada, veio à tona a informação de que a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) pode fechar suas portas até julho por conta de dificuldades financeiras, consequência dos cortes orçamentários feitos pelo governo federal. De acordo com a Universidade, no último dia 29, o governo ainda bloqueou R$ 41 milhões do orçamento.
O corte de recursos para a educação tem acontecido com frequência no atual governo. E essas medidas geram impactos negativos em todos os níveis de ensino, em âmbito nacional. A divulgação feita pela reitoria da UFRJ, de que a instituição não tem mais como continuar funcionando mostra que o desmantelamento da educação não para.
O deputado estadual e presidente da Comissão de Educação do estado, Flávio Serafini (Psol), explica que o possível fechamento de uma universidade significa "a perda de espaços abertos ao público, como por exemplo, o hospital universitário". As próprias justificativas do governo federal para avançar com o plano de desmonte falam por si. O ministro da economia, Paulo Guedes, chegou a dizer que se a população quer a volta do auxílio emergencial, novos cortes terão que ser feitos na área da educação, entre outros setores.
Para o cientista político e professor da UFRJ, Giuseppe Cocco, o governo tem outras prioridades, como comprar a base parlamentar do Congresso. Já em relação ao ministro da economia, Giuseppe Cocco avalia que ele tem "um pensamento pequeno", pois durante a pandemia, "o resto do mundo investiu em educação pensando no aquecimento da economia em longo prazo".
Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em 2020, 65% dos países-membros aumentaram o investimento em educação. Outros 35% mantiveram o investimento. Nenhum país diminuiu as verbas destinadas a educação. Diferentemente do Brasil, onde a educação é a área mais atingida pelos cortes orçamentários do presidente.
Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o número de estudantes sem acesso à educação no Rio de Janeiro cresceu de 2% para 17% na pandemia.
*Com informações de Larissa Bohrer.
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Edição: Mauro Ramos