Nesta quinta-feira (13), a Coalizão Negra por Direitos realiza atos em pelo menos 28 cidades brasileiras para marcar o "13 de maio de Lutas”. Guiadas pelo lema “Nem bala, nem fome, nem Covid. O povo negro quer viver!”, as manifestações fazem alusão ao marco do fim da escravidão no Brasil, em um debate sob a ótica do povo preto.
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Entre as reinvindicações do movimento está a garantia de auxílio emergencial de R$ 600 até o fim da pandemia, o direito da população negra à vacina contra o coronavírus pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e a saída de Jair Bolsonaro (sem partido) da presidência.
A proposta é debater e dialogar sobre a chamada Lei Áurea levando em consideração as consequências socioeconômicas da falta de assistência às pessoas que foram libertas, que são sentidas até os dias atuais.
Passados mais de 130 anos da abolição, a população preta ainda é alvo de violência policial, racismo estrutural e tem menos acesso a direitos básicos como saúde e educação.
Luta contra racismo
Acontecimentos recentes confirmam como a luta contra o racismo segue sendo um dos principais temas da conjuntura brasileira. Há uma semana, a favela do Jacarezinho, zona norte do Rio, foi alvo de uma operação policial classificada como a "segunda maior chacina da história da cidade", segundo a ONG Fogo Cruzado. Vinte e sete pessoas morreram.
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Foi também em maio, mas no ano passado, que o menino João Pedro, de 14 anos, foi assassinado dentro de casa em São Gonçalo, no Rio de Janeiro. Nenhum policial envolvido na ação foi afastado do trabalho e as investigações estão paradas.
O mês também é marcado pela morte de George Floyd, cidadão estadunidense que foi asfixiado por um policial em 25 de maio de 2020. Por mais de oito minutos, um agente se manteve ajoelhado no pescoço de Floyd, que não havia oferecido nenhum tipo de resistência à abordagem. A cena chocou o mundo. Os envolvidos na ação foram demitidos e o assassino foi condenado.
Redes sociais
Nas redes sociais o movimento vai levantar as hashtags #ChacinadoJacarezinho, #CoalizãoNegraPorDireitos, #ForaBolsonaroGenocida e #13DeMaioNasRuas. Quem for participar dos atos deve estar de máscara, se possível do tipo PFF2. Também é recomendado o uso constante de álcool em gel para higienizar as mãos e que os manifestantes busquem locais ventilados, com distanciamento social seguro.
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As concentrações ocorrem das 7h, no Acre, às 18h no Pará e Mato Grosso. Clique aqui para conferir todos os locais e horários dos atos.
Edição: Vivian Virissimo