TENSÃO POLÍTICA

Colômbia: Repressão policial contra protestos populares interrompe jogo de futebol

Partida entre América de Cali e Atlético-MG, disputada na cidade de Barranquilla, foi paralisada quatro vezes

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

Ouça o áudio:

Jogadores foram atingidos pelo gás lacrimogêno lançado fora do estádio contra colombianos que protestam há mais de 15 dias contra reformas do governo - RICARDO MALDONADO ROZO / POOL / AFP

A partida de futebol entre América de Cali e Atlético-MG, disputada nesta quinta-feira (13) na cidade de Barranquilla, na Colômbia, foi marcada por um grande clima de tensão devido à forte repressão policial contra manifestantes do lado de fora do estádio Romelio Martínez.

O jogo pela fase de grupos da Copa Libertadores da América de 2021 chegou a ser interrompido quatro vezes apenas no primeiro tempo em razão das bombas de gás lacrimogêneo lançadas pela polícia contra os ativistas.

:: Ministra de Relações Exteriores da Colômbia renuncia em meio a polêmicas contra greve ::

A substância foi trazida pelo vento para dentro da arena e atingiu os jogadores, prejudicando a visão e respiração dos atletas.

Os massivos protestos têm sido registrados há semanas no país e eclodiram, primeiramente, contra a reforma tributária do governo Ivan Duque, que pretendia aumentar em 19% impostos sobre serviços públicos, como gás e energia.


Jogador do América de Cali recebe ajuda após inalar gás lacrimogêneo / Ricardo Maldonado Rozo/AFP

Após greve geral conflagrada na última semana de abril, o presidente solicitou ao Congresso que retirasse o projeto da pauta mas os atos continuam criticando a reforma fiscal e o chamado “pacotaço” proposto pela gestão, que também inclui mudanças e reformas nas leis do trabalho, na área da saúde e da previdência social. 

:: Depois de seis dias internado, falece estudante baleado durante protestos na Colômbia ::

A partida que rendeu vitória aos brasileiros, por 3 a 1, seria, inicialmente, disputada na cidade de Bucaramanga, mas justamente por conta das manifestações, foi transferida pela Conmebol para Barranquilla. 

:: Organizações brasileiras exigem que Colômbia abandone "lógica de guerra" em protestos ::

A mobilização popular denuncia a violência estatal, que vitimou, até o momento, 42 pessoas. Segundo relatório recebido pela Defensoria do Povo, ligado ao Ministério Público da Colômbia, outros 168 ativistas foram dados como desaparecidos ao longo dos últimos 15 dias.

Edição: Vivian Virissimo