Entidades estudantis criticaram a proposta de adiamento do Enem 2021 para o início de 2022, medida que estaria sendo cogitada pelo governo de Jair Bolsonaro (sem partido). No começo da tarde de quinta-feira (13), circulou a informação de que o adiamento seria dado como certo.
A presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE) declarou que a prova deste ano ficaria para o próximo. Mais tarde, a dirigente voltou atrás, alegando um mal entendido. O Exame Nacional do Ensino Médio é a principal porte de entrada para as universidades federais.
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Ao G1, a assessoria de comunicação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), vinculado ao Ministério da Educação, negou que o presidente do órgão, Danilo Dupas Ribeiro, tenha confirmado o adiamento do Enem 2021.
Em áudio enviado ao portal, uma voz creditada ao presidente diz que o “Enem está em processo de planejamento”, que “não tinha como assinar algo e definir a data do Enem” e que “estamos engajados para que ocorra este ano”.
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“Falta de tempo e orçamento são as justificativas do Inep para realizar o próximo Enem só em 2022. Sem diálogo nenhum com a gente. Por que tanta irresponsabilidade com estudantes? Será que não sabem a importância da educação para o avanço do Brasil?”, questionou a presidenta da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Rozana Barroso.
Enem em 2021
Para a Ubes, o estudante brasileiro não tem um dia de paz. “É quase 1 bilhão de cortes na rede federal, o anúncio de que não vai ter Enem em 2021… A crise na educação não é uma crise, é um projeto”, lembrou, citando o educador Darcy Ribeiro.
A União Paranaense dos Estudantes Secundaristas também fez manifestação semelhante. “A não aplicação do Enem não é por falta de verbas ou tempo! Esse é um projeto de desmonte da educação pública. Parem de atacar a educação brasileira”, declarou a entidade.
O presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Iago Montalvão, destacou o “misto de projeto de destruição com incompetência” do Ministério da Educação do governo de Jair Bolsonaro.
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“Tudo relacionado ao Enem vira uma grande confusão. O objetivo só pode ser prejudicar esse programa e o acesso à universidade. E a cabeça do estudante fica como?”, reclamou.
O professor da Faculdade de Educação da USP, Daniel Cara, também criticou. “A gestão bolsonarista do Enem comprova: o governo Bolsonaro sente ódio dos estudantes.”