Com o objetivo de contribuir para uma nova integração regional, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva assina nesta sexta-feira (14) convênio do Instituto Lula com o Instituto Pátria, fundado pela ex-presidenta da Argentina, Cristina Kirchner.
Em dezembro do ano passado, o ex-presidente Lula, durante uma palestra ao Instituto Pátria, já destacava seu intuito de formar uma parceria. Segundo ele, o acordo seria o início da "restauração dos tempos que marcaram as primeiras décadas dos anos 2000 na América Latina, com o avanço dos governos progressistas".
Cooperação internacional
Atuantes na formação teórica de seus quadros políticos, os dois centros também buscam com o acordo, o primeiro de cooperação internacional, construir iniciativas para apoiar projetos governamentais.
O ato de assinatura será transmitido pelas redes sociais dos institutos, às 17h, com mensagens de Lula e Cristina Kirchner. O senador Oscar Parrilli, que preside a sede do instituto argentino, em Buenos Aires, e o presidente do Instituto Lula, Marcio Pochmann, também participam do evento.
A aliança vem sendo construída desde o início deste ano. Em entrevista ao jornal La Nacion, em abril, Pochmann descreveu que a cooperação internacional marca “uma nova fase do Instituto Lula”, principalmente após os ataques da operação Lava Jato contra Lula, cujas sentenças foram anuladas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
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“Estamos trabalhando na perspectiva de construir uma visão sul-americana. O caso do Instituto Pátria foi uma oportunidade espetacular”, comentou.
É HOJE! 🇧🇷🤝🇦🇷 @LulaOficial e @CFKArgentina convidam para a assinatura do convênio entre #InstitutoLula e @inst_PATRIAar.
O encontro virtual acontece às 17h e contará com a presença dos ex-presidentes!
🎥 Acompanhe a transmissão ao vivo às 17h: https://t.co/Zywq3wxGJO pic.twitter.com/IPGQQRmuJd
— Instituto Lula (@inst_lula) May 14, 2021
Construção de um bloco soberano
Atualmente, Argentina e Brasil vivem em projetos políticos opostos. Enquanto no primeiro a esquerda segue sendo representada pelo argentino Alberto Fernández, no caso brasileiro, a extrema direita, com Jair Bolsonaro (sem partido), ocupa o poder.
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“Agora estamos tentando começar a recuperar país por país. No Brasil haverá eleições em 2022 e acho que é perfeitamente possível que a esquerda volte a governar. Minha experiência política mostra que é possível construir uma democracia soberana e um bloco forte”, garantiu Lula à época.
Embora seja formalizada na tarde de hoje, a parceria dos institutos já prevê a abertura de um primeiro ciclo formativo para as próximas cinco semanas.
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Intitulado de “Um projeto comum – integração e soberania”, o seminário está com inscrições abertas e conta com ex-ministros e embaixadores dos dois países que conduzirão os estudos. A primeira aula será realizada nesta sexta, na conferência Desafios da Política Externa Soberana na América Latina.
Artigo original publicado em Rede Brasil Atual.