Quase mil pessoas foram resgatadas em situação de trabalho análogo à escravidão no país em 2020, segundo levantamento realizado pelo Observatório da Erradicação do Trabalho Escravo e do Tráfico de Pessoas . O estado que lidera a lista é Minas Gerais, com 351 casos.
O número de pessoas encontradas em condição análoga à escravidão pelo Grupo Especial de Fiscalização Móvel em 2020 foi de 942.
A prática é caracterizada por quatro modalidades expostas no artigo 149 do Código Penal brasileiro, conforme detalha Lys Sobral Cardoso, que comanda a Conaete (Coordenadoria Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas) do Ministério Público do Trabalho. A maioria das vítimas resgatadas em áreas rurais estavam envolvidas em atividades agropecuárias.
Já no meio urbano, lideram os resgates em setores como o comércio varejista, montagem industrial e na construção civil.
Em relação ao perfil das vítimas, se destacam aquelas em situação de maior vulnerabilidade social, cenário que pode ter sido agravado pela pandemia, segundo a titular da Conaete.
Aliada à pandemia, está a má gestão do Estado na fiscalização e combate à prática, demonstrada pelo baixo nível de auditores fiscais do trabalho.
Para Marcel Gomes, secretário-executivo da ONG Repórter Brasil, como o governo atual não prioriza a área social e ambiental, "o trabalho escravo também não é uma preocupação".
As denúncias sobre trabalho escravo no país podem ser feitas à ouvidoria nacional dos direitos humanos por meio do disque 100.
*Com informações de Júlia Pereira.
Confira todos os destaques do dia no áudio acima.
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Edição: Mauro Ramos