Mais aguardado da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI ) da Pandemia, o depoimento de Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, acontecerá nesta quarta-feira (19). O interrogatório pode comprometer, ainda mais, o governo de Jair Bolsonaro (sem partido), cujas falhas e omissões têm sido escancaradas pela comissão.
Amparado por um habeas corpus preventivo, concedido pelo ministro Ricardo Lewandovski, do Supremo Tribunal Federal (STF), o militar pode ficar em silêncio e não responder às perguntas dos senadores, se considerar que podem ser prejudiciais a si mesmo nas investigações que sofre na Justiça. No entanto, de acordo com o advogado de Pazuello, Zozer Hardmann, o ex-ministro da Saúde deve responder todas as dúvidas dos parlamentares.
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É uma incógnita, no entanto, como Pazuello irá reagir ao ser confrontado com as afirmações e ações do governo no período em que foi ministro da Saúde, entre 15 de maio de 2020, quando 15 mil brasileiros haviam morrido em decorrência da doença, até 23 de março de 2021, quando o país registrou 280 mil mortes por Covid-19. É o mais longevo chefe da pasta no governo de Bolsonaro.
Pazuello terá que explicar aos senadores, se não ficar em silêncio, por que o Brasil demorou para adquirir vacinas; o aumento vertiginoso no número de mortos e contaminados; a crise de oxigênio em Manaus; o aumento na produção de remédios sem comprovação científica; a ocultação de dados oficiais sobre a doença; a falta de compromisso dos representantes do governo, incluso o ex-ministro, com o uso de máscaras em público; além da relação com a China, país responsável pelo envio de insumos para a fabricação das vacinas no Brasil.
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Edição: Vinícius Segalla