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Em greve por reajuste, trabalhadores do Metrô de SP paralisam linhas 1, 2, 3 e 15

Metrô não vai a conciliação, não melhora proposta e trabalhadores responsabilizam governo pela paralisação

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Metroviários reivindicam reajuste salarial de 9,72% e de 29% para os vales refeição e alimentação - Reprodução/Metroviários

O Metrô de São Paulo amanheceu nesta quarta-feira (19) com a maioria de suas operações em greve. A paralisação foi decidida na terça-feira (18) em assembleia da categoria, depois de a companhia, gerida pelo governo do Estado, não comparecer a audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho. A mediação convocada pelo TRT buscaria um impasse para as negociações, em que o governo recusa melhorar proposta rejeitada pela categoria.

Com isso, as linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelho e 15-Prata começaram o dia com as estações fechadas. Alguma estações que operaram transferências para linhas não afetadas por essas negociações estão funcionando.

A linha 1-Azul tem a estação Luz aberta só para transferência para a linha 4-Amarela. Mas na linha 2-Verde, a estação Chácara Klabin, com transferência para a linha 5-Lilás, ainda permanece fechada.

A estação Consolação da linha 2 está aberta para acesso à linha 4. A linha 3-Vermelha está fechada no Brás, na integração com a CPTM, e aberta na estação República, para a linha 4-Amarela. As informações são do Metrô, via Twitter, e podem ser atualizadas a qualquer momento.

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Antes de decidirem entrar em greve, os trabalhadores do Metrô haviam rejeitado proposta da companhia de reajuste de 2,61% a partir de janeiro de de 2022, mas não retroativo à data-base (1º de maio). O índice seria aplicado também para os vales refeição e alimentação.

O pagamento da participação de resultados (PR) ocorreria apenas em 31 de janeiro do ano que vem. A empresa pretende mexer também em diversos itens do acordo coletivo, como a gratificação por tempo de serviço e de férias, além do adicional noturno.

O metroviários reivindicam reajuste salarial de 9,72% e de 29% para os vales refeição e alimentação de 29% referentes a 2019 e 2020. Além disso, reclamam o pagamento da Participação nos Resultados, dos últimos dois anos, uma vez que não foram feitos pelo Metrô.

O Ministério Público do Trabalho (MPT) formulou uma proposta alternativa. Entre outros itens, previa reajuste de 9,7% em três parcelas: maio deste ano e janeiro e maio de 2022. Ontem, a Companhia do Metrô rejeitou essa proposta.

Impasse

Na live que antecedeu a assembleia, os coordenadores do sindicato dos metroviários responsabilizaram a empresa e o governo paulista pelo impasse e pela greve. E refutaram a alegação de que não há recursos disponíveis.

“Tem dinheiro, sim. A discussão é pra onde vai o dinheiro”, afirmou Altino Prazeres. “Há um desrespeito da empresa em relação à categoria metroviária. A culpa dessa greve é do governo de São Paulo. Do Doria (o governador João Doria, do PSDB), do secretário de Transportes e de seus representantes.”

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“Essa indignação é resultado do desrespeito do governo Doria”, reforçou Camila Lisboa. “Estamos trabalhando desde que começou a pandemia, estamos nos arriscando.”

O sindicato diz que os contaminados já chegam a 700 e houve pelo menos 25 mortos em consequência da covid-19. “Cumprimos todas as etapas do processo, participamos de todas as negociações. O governo quer destruir nosso acordo e desmoralizar a categoria. Quem fechou o diálogo foi o Metrô.”

“Queremos deixar claro: queremos só manter o nosso acordo coletivo. Nós só queremos reposição das perdas salariais, que nos paguem a PR devida”, disse ainda Wagner Fajardo.

Além da campanha salarial, o sindicato se organiza para manter a sede da entidade, no bairro do Tatuapé, zona leste. O prédio foi construído em terreno cedido há décadas pelo governo estadual, em regime de comodato, e agora o Executivo quer leiloar o local.