As possíveis infrações cometidas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e sua comitiva em desfile pelas ruas do Rio de Janeiro no último domingo (23) não foram suficientes para que o prefeito Eduardo Paes (DEM) autuasse o chefe do Executivo. Bolsonaro circulou sem máscara, usou capacete inapropriado e promoveu aglomeração nas ruas da cidade.
Até a tarde desta segunda-feira (24), mais de um dia depois do ato, a Prefeitura do Rio não havia se pronunciado e não respondeu aos questionamentos do Brasil de Fato. Na semana passada, a Secretaria municipal de Ordem Pública e a Vigilância Sanitária multaram até mesmo Eduardo Paes por participar de roda de samba sem utilizar a máscara.
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Dois dias antes do ato de Bolsonaro no Rio, o presidente circulou também sem máscara e provocando aglomeração por cidades do Maranhão. No mesmo dia, o governador do estado, Flávio Dino (PCdoB), autuou o presidente da República. Bolsonaro poderá apresentar sua defesa, mas o desrespeito às regras sanitárias poderá acarretar em multas que variam entre R$ 2 mil e R$ 1,5 milhão.
Custos
Também nesta segunda, o governador do Rio, Cláudio Castro (PSC), aliado de Bolsonaro no estado, informou que o deslocamento de mil agentes da Polícia Militar para acompanhar o passeio de moto promovido por Bolsonaro faz parte do protocolo de segurança. A rede CNN estimou os custos para os cofres públicos do estado com a "motociata" de Bolsonaro.
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Segundo a emissora, considerando apenas as seis horas de duração do ato, sem contar com o momento anterior e posterior ao desfile, os gastos com os agentes estariam na ordem de R$ 485 mil. O cálculo foi feito pelo doutor em economia Daniel Cerqueira, que é também membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
À CNN, o pesquisador disse não se lembrar de nenhum ato em que foram necessários mil policiais. Cerqueira classificou o ato como "verdadeiro absurdo". Ele ainda lembrou que o Rio de Janeiro enfrenta dificuldades financeiras e está incluído no Regime de Recuperação Fiscal no qual precisa fazer diversas concessões à União, como privatizar estatais e congelar salários de funcionários do estado.
Fonte: BdF Rio de Janeiro
Edição: Eduardo Miranda