O ex-ministro de governo de Jeanine Áñez, Arturo Murillo foi preso nos Estados Unidos, acusado de suborno e lavagem de dinheiro. Murillo é fugitivo da justiça boliviana desde novembro de 2020, quando viajou ao Panamá, passando pelo Brasil - o caso foi noticiado com exclusividade pelo Brasil de Fato.
O Departamento de Justiça dos EUA acusa Murillo de ter recebido suborno de empresas estadunidenses para assinar contratos com a Bolívia no período de gestão de Áñez. Mais tarde, segundo as acusações, teria viajado ao país para realizar a lavagem de dinheiro das suas comissões.
Junto ao ex-funcionário foram detidos seu assessor e três cidadãos estadunidenses, nos dias 21 e 22 de maio no estados de Florida e Georgia. O caso só foi divulgado pelo Departamento de Justiça na última quarta-feira (26).
De acordo com a denúncia do processo, Arturo Murillo, Sergio Rodrigo Méndez Mendizábal, Luis Berkman, Bryan Berkman e Philip Lichtenfeld participaram de um esquema de subornos entre novembro de 2019 e abril de 2020.
O ex-ministro teria recebido US$ 602 mil - mais de 80% em espécie - para assinar um contrato de US$ 5,6 milhões de gás lacrimógeno e outros equipamentos para as forças de segurança bolivianas.
Este é um dos casos que também pesam contra Murillo na justiça boliviana.
O atual ministro de governo, Eduardo del Castillo assegurou que irá pedir a extradição de Murillo para que seja julgado em solo boliviano. "Queremos que essas pessoas rendam contas", declarou.
Eduardo del Castillo reiterou que a inteligência militar da Bolívia indica que o ex-ministro de Defesa, Fernando López também foragido da justiça, continua no território brasileiro. O Estado boliviano irá pedir sua extradição ao governo de Jair Bolsonaro.
O presidente Luis Arce também expressou "indignação". "Estamos investigando e levantando esses maus exmplos de bolivianos à justiça para que a instância competente determine o grau de participação e responsabilidade daqueles que tomaram o governo por assalto", afirmou o chefe de Estado.
López e Murillo foram funcionários da gestão de Jeanine Áñez, que assumiu a presidência através de um golpe de Estado, apoiado pelas Forças Armadas e por organismos internacionais como a Organização dos Estados Americanos (OEA), em novembro de 2019.
Com a eleição democrática de um novo governo do Movimento Ao Socialismo (MAS-IPSP), Áñez, assim como outros golpistas foram detidos como parte de um processo de investigação sobre a tomada violenta da presidência e outros delitos cometidos durante 11 meses de gestão.
Edição: Vivian Virissimo