Em 2006, Brasil quebrou patentes dos remédios para Aids e passou a fornecê-los para outros países
A quebra de patentes de vacinas contra a Covid-19 agilizaria a imunização em países pobres, já que os imunizantes poderiam ser produzidos em maior quantidade e com mais agilidade durante pandemia, de acordo com especialistas na área. Esse foi um dos temas discutidos na edição de hoje (28) do Programa Bem Viver.
Quebrar patentes de vacina significa garantir que diversos laboratórios tenham acesso às fórmulas dos insumos usados na produção dos imunizantes, podendo assim fabricar as vacinas do começo ao fim.
No Brasil, laboratórios que produzem vacinas para animais, por exemplo, poderiam fabricar também pra humanos, caso as patentes fossem retiradas, com segurança e qualidade. Esses laboratórios produzem até 80 milhões de doses de vacinas em menos de um mês, o que seriam um grande acréscimo na corrida para vacinar a população contra a Covid-19. No entanto, o governo do presidente Jair Bolsonaro foi contra a medida.
A quebra de patente não é uma novidade no Brasil. Esse processo foi feito em 2006, quando o país retirou as patentes dos remédios para Aids e passou a fornecer os medicamentos para países que não tinham como produzi-los.
Com a demora na vacinação, a pandemia fica ainda distante de terminar, segundo declaração do diretor geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Guebreyesus dada durante a 74ª Assembleia Mundial da Saúde, que ocorre até o próximo dia primeiro, de maneira virtual
Gênio da música
O sambista Nelson Sargento, considerado um dos grandes nomes da música popular brasileira, faleceu ontem, aos 96 anos, vítima de Covid-19, deixando um legado um legado enorme para a cultura do país. Ele era cantor, compositor, artista plástico, ator e escritor, além de ser um dos fundadores da escola de samba Estação Primeira de Mangueira.
Admirador de jazz, Nelson Sargento recebeu diversas homenagens em comemoração aos seus 96 anos, reforçando o quanto sua trajetória foi importante para a música brasileira.
Vacinação quilombola
Apesar de serem grupos de risco, quilombolas do Pará enfrentam dificuldade em conseguir se vacinar contra a Covid-19. A falta de planejamento e de vacinas tem feito com que esses grupos não sejam imunizados com a agilidade necessária, colocando em risco comunidades inteiras.
Em dezembro do ano passado, a Coordenação Nacional das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) conseguiu garantir que os quilombolas fossem incluídos nos grupos prioritários do Plano Nacional de Imunização. Na prática, porém é necessária ainda muita articulação para que esse direito seja garantido.
No município paraense de Moju, por exemplo, um novo calendário de vacinação foi lançado no dia 14 de maio e garantiu garantindo que os quilombolas fossem vacinados sem ter que sair das comunidades.
Organizações de comunidades tradicionais defendem que a legislações que estabelece ações de proteção aos povos tradicionais contra a Covid-19 é excludente. Isso porque ela determina que indígenas, quilombolas e ribeirinhos tenham prioridade na imunização, deixando de fora ao menos outras 25 comunidades.
Edição: Sarah Fernandes