Coletivos e movimentos populares enviaram um documento para a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização dos Estados Americanos (OEA) sobre os recentes episódios de violência policial no estado de Pernambuco. Entre as denúncias, está a ação brutal da Polícia Militar contra manifestantes durante o ato contra Jair Bolsonaro do dia 29 de março, no Recife.
O documento é assinado pelo Centro Dom Helder Câmara de Estudos e Ação Social, Central Única de Trabalhadores (CUT), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH).
Em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (3), Luiz Emmanuel Cunha, coordenador do programa Direito à Cidade do Centro Dom Helder Câmara, explicou que os organismos internacionais têm até 60 dias para avaliar o documento. No documento entregue às instituições, os movimentos chamam a atenção para a violência policial contra manifestantes durante o ato do dia 29 de maio, no Recife.
Roberto Leandro, advogado que foi atingido por quatro disparos durante o ato, relatou que o protesto seguia pacífico e a violência partiu da polícia.
O documento encaminhado aos órgãos também cita ação de despejo realizada no dia 25 de maio no Acampamento Bondade, em Amaraji, na zona da Mata Sul do estado.
Os moradores foram vítimas tanto da ação violenta da polícia quanto da ordem de despejo em plena pandemia, conforme apresentou Jaime Amorim, coordenador do MST.
O documento cita ainda a investigação da Polícia Federal sobre a professora Erika Suruagy por participar da confecção de um outdoor com críticas à atuação do governo federal na pandemia.
O inquérito, que hoje está arquivado, foi aberto em março a pedido do próprio presidente da República.
*Com informações de Júlia Pereira.
Confira a reportagem e o jornal completos no áudio acima.
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Edição: Mauro Ramos
