Após absolvição pela cúpula do Exército do general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, por participação em ato político no Rio de Janeiro, Jair Bolsonaro (sem partido) condecorou o comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira com a Grã-Cruz da Ordem do Mérito da Defesa.
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A promoção do general à ordem foi feita em decreto publicado na edição desta segunda-feira (7) no Diário Oficial da União. Além dele, receberam a condecoração o chanceler Carlos Alberto de Franco França, que substituiu Ernesto Araújo no Itamaraty, e o genenral Luiz Carlos Gomes de Mattos, Presidente do Superior Tribunal Militar, além de outros seis militares.
No decreto, Bolsonaro ainda condecorou a esposa, Michelle de Paula Firmo Reinaldo Bolsonaro, com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Mérito da Defesa.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), também foi listado como um dos recebedores da Grã-Cruz.
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Em nota oficial divulgada na última quinta-feira (3), o Exército Brasileiro informou que não iria punir Pazuello por ter participado do ato político com Bolsonaro no dia 23 de maio no Rio de Janeiro.
O processo disciplinar contra Pazuello foi aberto pois, além do ex-ministro ter desrespeitado protocolos sanitários contra o contágio do coronavírus, violou regras militares, que vetam participação de quadros da ativa, como é o caso dele, em atividades político-partidárias.
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O comando da instituição, entretanto, acatou os argumentos da defesa de Pazuello e informou que “não restou caracterizada a prática de transgressão disciplinar por parte do general”, sendo que o processo foi arquivado.