O Brasil registrou nesta terça-feira (8) mais 2.378 mortos por covid-19 nas últimas 24 horas. Com o acréscimo, são 476.792 vítimas do coronavírus desde o início do surto, em março de 2020. Já os novos casos registrados no período foram 52.911. Com isso, o país chega à marca oficial de 17.037.129 infectados. Trata-se do segundo país do mundo com mais mortes, atrás dos Estados Unidos, além de o terceiro com mais casos, sendo superado, além dos norte-americanos, pela Índia.
Os números oficiais são informados pelos estados e consolidados pelo Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass). Esses dados são defasados, como apontam cientistas e reconhecem autoridades. O Brasil vive uma subnotificação de casos e mortes, já que testa sua população pouco e mal.
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A realidade confronta a mentira que o presidente Jair Bolsonaro disse ontem. Ele afirmou para apoiadores que metade das mortes apontadas não seriam por covid-19, e que haveria um relatório do Tribunal de Contas (TCU) a respeito. Ele foi desmentido no mesmo dia pelo órgão e admitiu a informação falsa hoje.
Mortes em excesso
Até o início de maio, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apontava uma defasagem de 114 mil mortes nos dados oficiais sobre a covid no Brasil. Mortes provocadas por Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) e não contabilizadas como covid-19, pela falta de testes e laudos clínicos. Se levados em conta, sem contar o último mês, as vítimas brasileiras da infecção estariam acima das 590 mil.
O Conass também divulgou um levantamento na última semana sobre as chamadas “mortes em excesso” no ano de 2020. A partir de dados dos registros de óbitos em cartório, o levantamento identificou 22% a mais de óbitos do que o esperado para o ano. “O excesso de mortalidade em 2020 foi de 22%. Em números absolutos, foram identificadas 275.587 mortes a mais do que o esperado”, aponta a entidade.
Já em abril deste ano, o excesso de mortes foi ainda superior. Morreram 64% mais pessoas do que o esperado, considerando-se dados de anos anteriores. “O excesso de mortalidade entre 1 de janeiro e 17 de abril deste ano no Brasil foi de 64%. Isso representa 211.847 mortes a mais do que o esperado para o período, sendo homens e a população de até 59 anos (em geral) os mais afetados.”