Nesta terça-feira (8), os trabalhadores do serviço de limpeza urbana na cidade de São Paulo fizeram um protesto paralisando por 24 horas os serviços de varrição e coleta de lixo.
O protesto dos garis da capital paulista aconteceu em frente ao prédio da Prefeitura e foi organizado pelo Siemaco (Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Prestação de Serviços de Asseio e Conservação e Limpeza Urbana) de São Paulo.
Segundo o diretor de planejamento do sindicato, Elmo Nicácio, a entidade tem enviado ofícios para o governo municipal desde dezembro de 2020 pedindo prioridade para os garis na vacinação.
"Nós enviamos esses ofícios explicando o quanto a nossa categoria é essencial; todos os dias estamos coletando e deixando a cidade limpa. Nós contribuímos para que essa pandemia não seja ainda mais perigosa do que já é", diz Elmo.
O gari Wagner Souza, que trabalha há 13 anos na empresa LOGA (Logística Ambiental de São Paulo), conta que a sua rotina não mudou durante a pandemia. Wagner continua acordando todos os dias às 03h30 da manhã e pegando dois ônibus e metrô para chegar às 6 da manhã na empresa localizada no Jaguaré, região Oeste de São Paulo. Segundo ele, embora esteja protegido com máscara e luvas, muitas vezes já coletou máscaras descartadas incorretamente.
A categoria faz parte dos trabalhos essenciais, porém não foi vacinada e não há data para isso. Elmo Nicácio, relata que na última conversa com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do governo do Estado de São Paulo, nesta segunda-feira (7), foi dito que não havia vacina e que cabia ao sindicato provar que a categoria era considerada grupo de risco.
Nicácio, lembra que durante a campanha para prefeito da cidade, João Doria chegou a se vestir de gari e acompanhar os garis durante algumas horas.
"Nós lembramos que o Doria quando entrou pra prefeito, tava vestido de gari, 6 horas da manhã no centro de São Paulo. Então é um descaso e falta de respeito com a categoria", lamenta o presidente do Siemaco
Nicácio afirma que se nada for planejado entre prefeitura e sindicato para a vacinação dos garis, outras paralisações e protestos serão realizados.
*Com informações de Larissa Bohrer.
Confira a reportagem e o jornal completos no áudio acima.
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Edição: Mauro Ramos
