A inflação no preço dos alimentos, sentida no bolso do trabalhador, fez com que a cesta básica de Porto Alegre voltasse a ser a mais cara entre as 17 capitais brasileiras que fazem parte da pesquisa mensal realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). No mês de maio, o valor dos alimentos registrou alta de 1,73%.
Divulgada na última segunda-feira (8), a pesquisa do Dieese aponta, desde o início do ano, um aumento de 3,46% nos preços do conjunto de gêneros alimentícios essenciais na capital gaúcha. Nos últimos 12 meses, a alta acumulada chega a 22,82%.
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Dos 13 produtos que compõem a cesta básica, 11 ficaram mais caros em maio. Os itens que mais subiram foram a batata (11,60%), o tomate (11,38%), o açúcar 5,99%, a farinha de trigo (5,95%) e o óleo de soja (4,95%). Dois itens registraram redução de preço: a banana (-12,00%) e o feijão (-2,54%).
Cesta básica de Porto Alegre / Fonte: Dieese/RS
Desde janeiro, nove produtos ficaram mais caros: o açúcar (21,30%), a farinha de trigo (18,71%), o feijão (15,36%), o café (10,80%), a carne (9,95%), o pão (8,80%), o tomate (5,12%), a manteiga (1,19%) e óleo de soja (0,71%). Por outro lado, quatro itens estão mais baratos: a banana (-21,43%), a batata (-15,76%), o arroz (-0,93%) e o leite (-0,53%).
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Ao se observar o acumulado dos últimos 12 meses, todos os 13 itens da cesta registram aumento de preços. As maiores altas estão no óleo de soja, que subiu 109,60%, no arroz (65,02%), no feijão (50,17%), no açúcar (33,86%) e na carne (32,04%).
Salário mínimo deveria ser R$ 5,3 mil
A partir dos preços, o Dieese estima que o salário mínimo necessário deveria ser equivalente a R$5.351,11, valor que corresponde a 4,86 vezes o piso nacional vigente, de R$ 1.100,00.
O cálculo é feito levando em consideração uma família de quatro pessoas, com dois adultos e duas crianças. Em abril, o valor do mínimo necessário deveria ter sido de R$ 5.330,69 ou 4,85 vezes o piso em vigor.
A jornada de trabalho média necessária para adquirir os produtos da cesta, em maio, ficou em 127 horas e 23 minutos.
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Quando se compara o custo da cesta com o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social (7,5%), verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em maio, na média, 62,60% do salário mínimo líquido para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta.
2020 registra alta de preços em 14 capitais
Entre abril e maio de 2021, o custo médio da cesta básica de alimentos aumentou em 14 cidades e diminuiu em outras duas, de acordo com a pesquisa. Por mudanças na forma de levantamento de preços em Belo Horizonte, o Dieese optou por não divulgar o valor da cesta básica nesta cidade.
As maiores altas foram registradas em Natal (4,91%), Curitiba (4,33%), Salvador (2,75%), Belém e Recife (ambas com 1,97%). As capitais onde o valor da cesta apresentou queda foram Campo Grande (-1,92%) e Aracaju (-0,26%).
As cestas mais caras, depois de Porto Alegre, são de São Paulo (R$ 636,40), Florianópolis (R$ 636,37) e Rio de Janeiro (R$ 622,76). Entre as cidades do Norte e Nordeste, as que registraram menor custo foram Aracaju (R$ 468,43) e Salvador (R$ 470,14).
Inflação nos último 12 meses
Comparando o custo entre maio de 2020 e maio de 2021, o preço do conjunto de alimentos básicos subiu em todas as capitais que fazem parte do levantamento. As maiores altas foram observadas em Brasília (33,36%), Campo Grande (26,28%), Porto Alegre (22,82%) e Florianópolis (21,43%).
Nos cinco meses de 2021, as capitais com os principais aumentos foram: Curitiba (12,68%), Natal (9,35%), Porto Alegre (3,46%), João Pessoa (3,46%) e Florianópolis (3,38%). A maior queda no mesmo período foi de -1,87%, em Salvador.
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