PRÓXIMO PRESIDENTE

Eleições Peru: Faltando 0,02% da apuração, Fujimori pede revisão de 500 mil votos

Pedro Castillo mantém vantagem de 71 mil votos e convoca ato em Lima para defender resultado

Brasil de Fato | Caracas (Venezuela) |

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Pedro Castillo (Peru Livre) se posiciona como vencedor com 50,2% dos votos contra Keiko Fujimori (Força Popular) 49,7% da votação - AFP

As eleições presidenciais no Peru continuam em clima de indefinição. Segundo o último boletim do Poder Eleitoral, falta apenas 0,02% para concluir a apuração e o candidato de esquerda, Pedro Castillo (Peru Livre) lidera com 71.441 votos a mais que sua opositora, Keiko Fujimori (Força Popular).

No entanto, já chegando à reta final, Keiko solicitou, na noite da última quarta-feira (10), a revisão de 1.200 atas de votação e anulação de cerca de 802 mesas eleitoral, o que poderia comprometer até 500 mil votos. O Jurado Nacional Eleitoral ainda não confirmou se irá acatar o pedido. 

 

 

Logo após o fechamento das urnas, no último domingo (6), Keiko discursou pedindo calma aos seus apoiadores e que esperassem os resultados oficiais. No entanto, assim que começou a perder a disputa, a candidata passou a denunciar supostos indícios de fraude, sem apresentar provas. 

Esta não seria a primeira vez que Fujimori perde a presidência por uma diferença mínima. Em 2016, Pedro Pablo Kuczynski derrotou a candidata de extrema-direita com apenas 41 mil votos a mais.

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O diretor do Jurado Nacional Eleitoral (JNE), Jorge Luis Salas respondeu as primeiras acusações de Keiko afirmando que declarações infundadas não fortalecem a democracia.

"A candidata faz um desfavor à democracia ao falar de fraudes que não existem, não existiram e nem vão existir", declarou o magistrado na última quarta-feira (9).

O partido Força Popular declarou que seus fiscais irão mostrar registros de falsificação de assinaturas. 

Enquanto isso, nesta quinta-feira, o promotor José Domingo Pérez solicitou a prisão preventiva de Keiko por descumprir com suas restrições judiciais. A candidata já foi detida em duas ocasiões, como parte de um processo que a acusa de lavagem de dinheiro em contratos com a construtora Odebrecht. 

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Por outro lado, Castillo que mantém a preferência para ser o novo presidente do Peru desde a última terça-feira (8), convocou simpatizantes, movimentos camponeses e organizações sociais a ocupar a capital Lima, em defesa do resultado oficial. 

A tensão aumenta à medida que o Escritório Nacional de Processos Eleitorais (ONPE - siglas em espanhol) dilata a entrega dos resultados definitivos. Nas redes sociais, começaram a difundir-se em grupos de extrema-direita mensagens com pedidos de intervenção militar para impedir uma suposta "ameaça comunista" representada por Castillo.

O Ministério da Defesa emitiu um comunicado, na quarta-feira (9), reiterando o compromisso das Forças Armadas com a Constituição, democracia e a vontade cidadã expressa nas urnas.

A Central Única das Rondas Camponesas do Peru (Cunarc) convocou uma marcha do interior rumo à Lima pela "defesa do voto patriótico".

"Agradeço a quem segue resistindo nas ruas. Não devemos cair em provocações de quem quer ver o caos neste país. Fazemos um chamado à paz e tranquilidade. Sigamos firmes e alegres nesta luta final que é de todos os peruanos", afirmou. 

Na última terça-feira (9), quando já haviam sido contabilizados 98% dos votos, o candidato do Peru Livre comunicou que iria reunir-se com banqueiros e empresários peruanos para assegurar o respeito ao voto popular. 

Pela tendência irreversível dos resultados, que apontam a vitória de Castillo com 50,2% da votação, líderes políticos internacionais já começaram a felicitar o candidato. 

Edição: Vivian Virissimo