O Brasil ficou de fora da lista de 92 países que irão receber a doação de 500 milhões de doses da vacina Pfizer contra a covid-19 dos Estados Unidos, por meio do consórcio Covax Facility, da Organização Mundial da Saúde (OMS). O anúncio foi feito nesta quinta-feira (10) pela Casa Branca.
Dos 92 que irão ganhar as doses, estão países como Afeganistão, Angola e Síria. O Brasil não entrou na lista, porque é considerado uma das nações que podem pagar pelos imunizantes, ao lado de Argentina, Canadá e Reino Unido.
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Ainda assim, o Brasil foi incluído em uma outra lista, com cerca de 40 países que irão receber doações de vacinas AstraZeneca, Pfizer, Moderna e Johnson & Johnson dos Estados Unidos.
Não se sabe ao certo ainda, no entanto, quanto o Brasil irá receber, uma vez que precisa dividir 6 milhões de doses com pelo menos outros 14 países da América Latina: Argentina, Colômbia, Costa Rica, Peru, Equador, Paraguai, Bolívia, Guatemala, El Salvador, Honduras, Panamá, Haiti, Comunidade do Caribe e República Dominicana.
"Não estamos compartilhando estas doses para receber favores ou concessões. (...) Estamos compartilhando para salvar vidas e guiar o mundo em direção ao fim da pandemia”, afirmou o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
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Nos Estados Unidos, 41,2% da população já completou o esquema vacinal contra a covid-19. Entre a população com 65 anos ou mais, 75% já se vacinou. O número cai, no entanto, entre a população com ou mais de 18 anos: 52%, até a última quinta-feira (3), segundo dados do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) dos Estados Unidos.
O presidente tem se esforçado para garantir que 70% da população seja vacinada até o dia 4 de julho, feriado pelo Dia da Independência do país, incluindo medidas como creche gratuita para cuidadores de crianças vacinados, parceria com salões de beleza, barbearia e até mesmo com cervejarias.
Anvisa autoriza testes em humanos da ButanVac
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou os testes clínicos em humanos da vacina ButanVac, desenvolvida integralmente pelo Instituto Butantan. Segundo a agência, no entanto, a instituição paulista ainda terá de apresentar algumas informações complementares sobre os testes que já estão sendo realizados com o imunizante.
Os testes em humanos envolvem duas fases, 1 e 2, das quais devem participar cerca de seis mil voluntários com 18 anos ou mais. O imunizante será aplicado em duas doses, com um intervalo de 28 dias entre ambas, no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) e no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP).
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Mesmo sem autorização, o Butantan vem desenvolvendo a vacina desde o fim de abril e já possui cerca de 7 milhões de doses em estoque. Segundo o diretor do Instituto, Dimas Covas, o objetivo é entregar 18 milhões de doses até 31 de julho e 40 milhões até 30 de setembro.
Nas redes sociais, o governador João Doria (PSDB) comemorou a autorização da Anvisa. "A Anvisa acaba de autorizar os testes clínicos com a ButanVac, a vacina do Butantan contra a Covid-19, que não depende de insumos de outros países para sua produção. O Instituto Butantan já tem 7 milhões de doses prontas da ButanVac. Grande notícia. Obrigado Anvisa", escreveu o governador.
Vacinação e pandemia no Brasil
O Brasil atingiu 11% da população vacinada com duas doses de imunizante, às 20h desta quarta-feira (9). Em termos absolutos, 23.418.325 pessoas completaram o esquema vacinal, segundo o consórcio de veículos de imprensa. Já a primeira dose foi aplicada em 51.846.929 pessoas, o que equivale a 24,48% da população.
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Ao mesmo tempo, o Brasil registrou, nesta quarta-feira (9), mais 2.723 mortos por covid-19 nas últimas 24 horas, de acordo com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), totalizando 479.515 mortos desde o início da pandemia no país, em março de 2020. Em relação ao número oficial de contaminados no período, foram registrados 85.748 novos casos, totalizando 17.122.877 doentes.
Os números registrados nesta quarta estão acima dos valores das médias móveis, tanto de óbitos quanto de mortes. A primeira está em 1.687 óbitos a cada um dos últimos sete dias, e a segunda em 57.542 casos.
Edição: Vivian Virissimo