Depois de 12 anos no cargo de primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, deixa o poder neste domingo (13). A partir de hoje, o país do Oriente Médio terá como novo premiê o chefe da direita radical Naftali Bennett, que chega ao posto com o apoio de uma ampla frente partidária. O ato foi aprovado pelo parlamento israelense (Knesset) em uma votação apertada.
A coalizão que governará o país é formada por dois partidos de esquerda; dois partidos de centro; três partidos de direita; e um partido árabe, sendo que essa é a primeira vez que isso ocorre em um governo de Israel.
A frente que assume o poder era tida como improvável, mas se uniu com o objetivo de retirar Netanyahu do poder, que atualmente é julgado por suspeita de corrupção.
::Após reeleição, primeiro ministro de Israel enfrenta processo por corrupção::
A saída de Netanyahu foi apertada, mas foi efetivada. Foram 60 votos a favor, 59 votos contra e uma abstenção. Com isso, chega ao fim o governo do "rei Bibi", apelido de Netanyahu, que foi líder do governo entre os anos de 1996 a 1999 e, depois, de 2009 até 2021.
Acusações
As denuncias contra Netanyahu são de suborno, fraude e quebra de confiança por aceitar US$ 264 mil em presentes de magnatas, entre eles, um produtor de Hollywood; por negociar acordo com um jornal para obter uma cobertura positiva para o seu governo, oferecendo uma legislação para retardar o crescimento de um jornal rival e ainda por conceder favores regulatórios à principal empresa de telecomunicações israelenses, em troca de uma cobertura favorável ao o governo.
Apesar do político negar todas as acusações, a população de Israel tem ido recorrentemente às ruas protestar contra o ex-premiê.
Nova frente
A nova coalizão será liderada por Naftali Bennett pelos primeiros dois anos, e depois por Yair Lapid - de centro-esquerda - pelo mesmo período.
Lapid é líder do partido Yesh Atid. Ele é ex-apresentador de TV e ganhou popularidade entre os opositores de Netanyahu entre 2020 e 2021, se tornando o maior líder do bloco anti-governo.
::Israel executa “apartheid médico” ao impedir vacinação de palestinos, acusa político::
A coalizão se comprometeu com o povo a realizar uma investigação sobre o tumulto em uma peregrinação judaica no Monte Merón, onde ao menos 45 ortodoxos morreram. A frente também prometeu reduzir os crimes nas cidades árabes e defender os direitos das pessoas LGBTQI+.
Outra promessa foi a de fortalecer a presença de Israel na área C da Cisjordânia. Atualmente, Israel tem total controle militar e civil sobre esse território, que representa cerca de 60% do território palestino ocupado desde o ano de 1967.
Edição: Vinícius Segalla