Na terça-feira (15), começa a sétima semana de depoimentos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 e pelo perfil dos convidados, três dos principais temas investigados pelo colegiado estarão em pauta: a crise de oxigênio hospitalar em Manaus (AM), o gabinete paralelo que auxiliava o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o papel dos governadores durante a pandemia.
Na primeira sessão, terça-feira, o secretário de Saúde de Manaus, Marcellus Campélio, prestará depoimento. Seu interrogatório ganhou ainda mais importância após o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), não comparecer para depôr, na última quinta-feira (10), deixando os senadores sem respostas sobre a crise de oxigênio hospitalar na capital do estado.
No dia seguinte, quarta-feira (16), será a vez de Wilson Witzel, ex-governador do Rio de Janeiro, que sofreu impeachment após ser acusado de ter se favorecido de um esquema de corrupção em contratos da Saúde no estado.
O ex-mandatário, que perdeu os direitos políticos por cinco anos, terá que explicar aos senadores como aplicou os recursos destinados à crise.
Witzel é o depoimento mais aguardado, até o momento, da ala governista da CPI da Covid, capitaneada pelos senadores Marcos Rogério (DEM-RO) e Eduardo Girão (Podemos-CE), que tentam afastar a má gestão da pandemia dos ombros de Bolsonaro, repassando a responsabilidade para prefeitos e governadores.
Além de Wilson Lima, que faltou ao depoimento, e Witzel, outros oito governadores ainda passarão pela CPI da Covid. São eles: Ibaneis Rocha (DF), Waldez Góes (AP), Helder Barbalho (PA), Marcos Rocha (RO), Antônio Denarium (RR), Carlos Moisés (SC), Mauro Carlesse (TO) e Wellington Dias (PI).
Na quinta-feira (17), os senadores voltarão os olhos para o chamado “Ministério da Saúde paralelo”, que ganhou evidência e comprovação durante a CPI da Covid.
O empresário Carlos Wizard, bolsonarista de primeira fileira e defensor do chamado tratamento precoce, que inclui o uso de medicamentos sem comprovação científica, será escutado.
Wizard também aparece na relação de pessoas que aconselhavam Bolsonaro antes de decisões sobre a condução da crise gerada pela pandemia do coronavírus.
Sob o comando do deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), o grupo municiava o presidente de argumentos contra o isolamento social, a compra de vacinas e uso de máscaras.
Edição: Leandro Melito