Um dos mais importantes capítulos da história da libertação da América Latina será tema do Festival Anti-Imperialista Brasil-Venezuela, que começa na quarta-feira (16) e pretende promover a celebração da luta anti-imperialista junto aos venezuelanos.
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Em junho de 1821, um militar brasileiro de alta patente atuava junto às forças de Simón Bolívar em uma batalha crucial para selar a independência da Venezuela do Império Espanhol.
Pouco conhecida no Brasil, a Batalha de Carabobo é celebrada pelos venezuelanos, que alçaram o general pernambucano José Inácio de Abreu e Lima à condição de um dos heróis da independência.
Dois séculos depois, a internet será o palco do Festival Anti-Imperialista Brasil-Venezuela: 200 anos da vitória de Carabobo, encabeçado pelo Comitê Brasileiro pela Paz na Venezuela, que reúne organizações brasileiras em apoio ao país vizinho.
“A palavra é esta: integração”, define o rapper Edson Luiz, um dos organizadores. “Temos uma conjuntura política muito aquecida na América Latina, do México ao Uruguai, com muitos levantes sociais e lutas para mudanças na estrutura política e econômica”, analisou.
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"Além da insatisfação social, temos outro elemento de instabilidade na região, a pandemia do coronavírus, que até o mês da abril já tinha contabilizado mais de 800 mil mortes na região elevando os já preocupantes níveis de desigualdade e pobreza, e alto nível de informalidade", pontuou o músico.
Ao longo de quatro dias, o evento vai recontar a história da Batalha por meio de música, poesia, teatro e formação política, além de uma palestra sobre o episódio histórico.
Um dos destaques é o Slam, batalha de poesia falada que aborda temáticas como racismo, machismo e violência. A linguagem artística começou a se popularizar no Brasil há cerca de 12 anos e, no Festival Brasil-Venezuela, vai ganhar cores latino-americanas e anti-imperialistas.
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“Esse festival fortalece a integração de poetas brasileiros, venezuelanos, além da participação de mexicanos e poetas da Guatemala. Eu convidei poetas que têm essa abordagem dos poemas anti-imperialista”, disse Emerson Alcalde, membro da organização e integrante do Slam da Guilhermina, coletivo de esquerda periférico da zona leste de São Paulo.
“Acho que vai ser um ganho para a luta anti-imperialista ter essas vozes jovens, trans negras, periféricas, dentro desse festival, que tem um caráter político”, avaliou.
Na programação também estão um sarau, intervenções culturais. O encerramento será com um Ato Político-Cultural, agrupando organizações brasileiras e venezuelanas.
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A transmissão on-line será realizada pelas redes sociais do Comitê Brasileiro pela Paz na Venezuela e das organizações parceiras do Festival, entre elas Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), Marcha Mundial das Mulheres, Slam da Guilhermina, Assembleia Internacional dos Povos, Capítulo Brasil - ALBA Movimentos, Coletivo Abrebrecha e Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé.
Confira a programação completa e onde assistir:
Quarta-feira: 16/Jun às 19h
Brasil e Venezuela já lutaram juntos contra o Imperialismo
Caráter da atividade: formação e intervenção cultural
Participantes:
Luís Cláudio Rocha Henriques de Moura – Historiador formado pela Universidade de Brasília (UnB) e professor no Instituto Federal de Goiás (IFG)
Serendipia – Duo musical formado por Alejandra Hernández (Venezuela) e Ana Belén Jara (Chile), cantoras populares e poetisas feministas
Mediação: Coletivo Abrebrecha
Organizadores: Coletivo Abrebrecha e Comitê Brasileiro pela Paz na Venezuela
Transmissão ao vivo em :
Facebook : @PazNaVenezuela
YouTube : Barão de Itararé (https://www.youtube.com/canaldobarao)
Quinta-feira : 17/Jun às 19h
Sarau Anti-imperialista
Caráter da atividade: intervenções culturais
Participantes:
Coletivo Trunca
Marcha Mundial das Mulheres (MMM)
MTST
Coletivo Dandara
Raiz da Liberdade
Movimento de Mulheres do MTST
Juventude Fogo no Pavio
Setor de Cultura
Mediação: MMM e MTST
Organizadores: Marcha Mundial das Mulheres, MTST e Comitê Brasileiro pela Paz na Venezuela
Transmissão ao vivo em :
Facebook : @PazNaVenezuela
YouTube: Marcha Mundial das Mulheres
Sexta-feira: 18/Jun às 19h
Slam Anti-imperialista
Caráter da atividade: intervenções culturais
Poetas-slammers (participantes):
Meimei Bastos (Brasil – DF)
Luíza Romão (Brasil – SP)
Maria Alejandra Rendon Infante (Venezuela, Valência)
Giordana García Sojo (Venezuela)
Leonardo Gustavo Ruiz (Venezuela)
Vicky Alvarado (Guatemala)
Canuto Roldán (México)
Maria Fernanda Romero Montenegro (Venezuela, Valência)
Mediação: Slam da Guilhermina
Organizadores: Slam da Guilhermina e Comitê Brasileiro pela Paz na Venezuela
Transmissão ao vivo em :
Facebook : @PazNaVenezuela
YouTube: Slam da Guilhermina
Sábado - 19/Jun às 11h
Ato Político e Cultural Brasil-Venezuela
Caráter da atividade: intervenções políticas e culturais
Participantes:
Comitê Brasileiro pela Paz na Venezuela
ALBA Movimentos – Capítulo Brasil
Organizações venezuelanas
Mediação: Assembleia Internacional dos Povos (AIP) e MST
Organizadores: Assembleia Internacional dos Povos (AIP), MST e Comitê Brasileiro pela Paz na Venezuela
Transmissão ao vivo em :
Facebook : @PazNaVenezuela
YouTube: MST
Edição: Vivian Virissimo