Com a pandemia de covid-19, os hemocentros brasileiros registraram uma diminuição na quantidade de doações de sangue. Segundo o Ministério da Saúde, em 2020, houve uma diminuição de 20% no total de doações em relação a 2019. Por isso, neste ano, o Dia Mundial do Doador de Sangue, celebrado nesta segunda-feira (14), ganha ainda mais importância.
É por isso que instituições dos estados brasileiros, como a Fundação Pró-Sangue, de São Paulo, o Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce), o Hospital Universitário Clemente de Faria, vinculado à Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), de Minas Gerais, entre outras, realizam ações durante junho para dar mais visibilidade à doação de sangue e aumentar a quantidade de coletas.
Como doar?
É preciso ter entre 16 e 69 anos e pesar no mínimo 50 quilos. No dia da doação, a pessoa precisa estar alimentada, evitar alimentos gordurosos e ter dormido, no mínimo, seis horas nas últimas 24 horas. É necessário ainda apresentar documento oficial com foto.
Homens podem doar novamente após dois meses da doação anterior, com um total de até quatro vezes por ano. As mulheres podem doar até três vezes por ano, com um intervalo de no mínimo três meses entre uma doação e outra.
Quem não pode?
Gestantes, mães que estão amamentando, pessoas que tiveram quadro de hepatite após os 11 anos de idade e quem já utilizou drogas ilícitas injetáveis não podem doar, assim como quem tem doenças transmissíveis pelo sangue, como hepatites B e C, Aids, HTLV 1 e 2 e doença de Chagas.
Contra o preconceito
Além disso, obedecendo decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), a Anvisa retirou em julho de 2020 a restrição da doação de homens gays. Até então, homens que tivessem se relacionado sexualmente com outros homens num prazo de 12 meses eram proibidos de doar. O STF julgou a medida discriminatória e, portanto, inconstitucional.
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Restrições
O que segue vigorando, e isso é averiguado durante a entrevista padrão realizada no momento da doação, é a restrição para quem se submeteu a situações de "risco acrescido para doenças transmissíveis pelo sangue".
Entram nessa característica quem pratica sexo não seguro ou tem vários parceiros, independentemente do gênero, ser usuário de drogas injetáveis e inalatórias ou ser parceiro sexual de portadores de Aids ou de hepatite.
Locais de doação
Para doar, é só procurar o hemocentro do seu estado. Em São Paulo, o agendamento pode ser feito direto pelo site da Fundação Pró-Sangue. Se você é de outro estado brasileiro pode encontrar o hemocentro mais perto de você aqui.
Risco de desabastecimento
Segundo o Ministério da Saúde, em uma nota enviada à Agência Brasil, a queda da coleta de sangue pode levar até mesmo ao desabastecimento e, consequentemente, ao comprometimento da assistência a pessoas que precisam de transfusão de sangue.
“Através das ações e providências já tomadas pelo ministério, junto com as ações locais realizadas pelos estados, como a mobilização e sensibilização de doadores e estratégias para a redução do consumo de sangue, a situação tem se mantido estável”, diz a pasta, que afirma ter investido R$ 1,680 milhão em projetos de ampliação, reforma e qualificação da rede de sangue e hemoderivados, apenas em 2020. Em 2019, foi R$ 1,548 milhão.
Edição: Daniel Lamir