NOVO IMUNIZANTE

Últimas da vacina: Novavax tem eficácia de 100% contra casos graves da covid-19

Não há, até o momento, detalhes sobre a eficácia geral de 90%, ou seja, se estão incluídos assintomáticos ou casos leves

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
A tecnologia do imunizante consiste em levar para o organismo humano a proteína do novo coronavírus responsável por atacar as células humanas, a proteína Spike, estimulando-o a produzir anticorpos - AFP

A empresa de biotecnologia estadunidense Novavax divulgou que o seu imunizante, desenvolvido em parceria com o laboratório chinês Anhui Zhifei Longcom e Academia Chinesa de Ciências Médicas, tem uma eficácia de 90% contra a covid-19 de 100% contra casos graves e moderados da doença. Não há, no entanto, até o momento, especificações sobre a eficácia geral de 90%, ou seja, se estão incluídos os casos assintomáticos ou leves.

O estudo que demonstrou os dados de eficácia foi realizado com 29.960 pessoas nos Estados Unidos e no México. Do total, 77 participantes testaram positivo para a covid-19, sendo que destes apenas 14 receberam de fato o imunizante; os outros receberam um placebo.

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A pesquisa também apontou para uma eficácia de 91% quando se faz o recorte das populações com 65 anos ou mais, com comorbidades ou com frequente exposição ao vírus. Nesses grupos, especificamente, foram registrados 62 casos de covid-19 entre aqueles que receberam placebo, e 13 entre aqueles que foram imunizados.

A tecnologia do imunizante consiste em levar para o organismo humano a proteína do novo coronavírus responsável por atacar as células humanas, a proteína Spike, estimulando-o a produzir anticorpos.

Pré-cadastro para a ButanVac

Depois que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o teste clínico em humanos da ButanVac, o Instituto Butantan deve iniciar o pré-cadastro de voluntários para testar o imunizante ainda nesta semana. 

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Segundo Dimas Covas, diretor do Butantan, o governo do estado de São Paulo deve lançar, até o fim da semana, um site para que a população possa se voluntariar. Os testes em humanos envolvem duas fases, 1 e 2, das quais devem participar cerca de seis mil voluntários com 18 anos ou mais. 

O imunizante será aplicado em duas doses, com um intervalo de 28 dias entre ambas, no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) e no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP).

Mesmo sem autorização, o Butantan vem desenvolvendo a vacina desde o fim de abril e já possui cerca de 7 milhões de doses em estoque. Segundo o diretor do Instituto, Dimas Covas, o objetivo é entregar 18 milhões de doses até 31 de julho e 40 milhões até 30 de setembro.

Nas redes sociais, o governador João Doria (PSDB) comemorou a autorização da Anvisa. "A Anvisa acaba de autorizar os testes clínicos com a ButanVac, a vacina do Butantan contra a Covid-19, que não depende de insumos de outros países para sua produção. O Instituto Butantan já tem 7 milhões de doses prontas da ButanVac. Grande notícia. Obrigado Anvisa", escreveu o governador.

Um milhão de doses da CoronaVac

O Instituto Butantan também liberou mais um milhão de doses do imunizante CoronaVac, produzido em parceria com o laboratório chinês Sinovac, ao Plano Nacional de Imunização (PNI). Com o novo lote, o Butantan totaliza 49 milhões de doses enviadas ao Ministério da Saúde desde janeiro. O objetivo da instituição é completar a entrega de 100 milhões de doses até o final de setembro. 

Segundo a coordenadora do Programa Estadual de Imunização, Regiane de Paula, de um milhão de doses, 226 mil ficam no estado de São Paulo e serão utilizadas para imunizar gestantes. "Parte delas é para D1[ primeira dose] das gestantes e D2 [segunda dose]. Agora, com esse quantitativo, 226 mil entregues para o estado de São Paulo, as gestantes são nossa prioridade."

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Essa é a segunda remessa de doses enviadas ao PNI depois que a produção do imunizante foi retomada. A fabricação chegou a ser paralisada duas vezes, a última em maio, devido à escassez de Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), proveniente da China.

Neste domingo (13), o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou pela segunda vez a antecipação do calendário de imunização, adiantando em 30 dias a missão de vacinar toda a população adulta do estado.

"Organização, planejamento, orientação, aproveitamento pleno das doses das vacinas, disponibilidade de seringas corretas, das agulhas e um sistema operante com profissionais da linha de frente, especialmente das enfermeiras e dos enfermeiros. Isso tem feito São Paulo o estado que mais vacina no Brasil. Nós já temos, hoje, 19,2 milhões de brasileiros vacinados aqui em São Paulo", afirmou o governador em coletiva de imprensa.

Depois do anúncio, Doria e o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, trocaram farpas nas redes sociais. 

Vacinação e pandemia no Brasil 

Somente 11,17% da população brasileira completou o esquema vacinal com duas doses de imunizante contra a covid-19, até às 20h deste domingo (13). O número representa 23.659.355 pessoas, segundo o consórcio de veículos de imprensa. Já a primeira dose foi aplicada em 54.607.404 pessoas, ou 25,79% da população. No total, 78.266.759 doses foram aplicadas.

Paralelamente, o Brasil continua liderando o ranking do total de mortes por covid-19 a cada 1 milhão de habitantes, entre países do G-20, segundo a plataforma Our World in Data, da Universidade de Oxford.

Até às 18h deste domingo, o país registrou mais 1.129 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas, somando 487.401 mortos desde o início da pandemia, em março de 2020. Os dados são do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). Em relação ao número de infectados, foram 37.948 novos casos confirmados no mesmo período, totalizando 17.412.766 de brasileiros contaminados. 

Edição: Vivian Virissimo