A votação da Medida Provisória (MP) que permite a privatização da Eletrobrás foi remarcada para esta quinta-feira (17), em sessão agendada para as 10h.
A intenção do governo federal é promover um processo de capitalização da companhia, ou seja, venda de ações na Bolsa de Valores, que não poderiam ser adquiridas pela União, nem por bancos públicos.
Além da venda de ações ordinárias, a Eletrobras poderá fazer oferta secundária de ações sob propriedade da União ou de empresa por ela controlada, direta ou indiretamente, como forma de diluir a participação federal na companhia, caracterizando, assim, um efetivo processo gradual de privatização da estatal.
Enviada ao Congresso Nacional pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em fevereiro deste ano, a MP estava prevista para ser votada nesta quarta-feira (16), mas a pressão da oposição levou o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), a anunciar, no final da tarde, o adiamento.
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Patrimônio brasileiro
Considerada a mais eficiente do setor elétrico nacional, a Eletrobrás é a maior empresa de energia elétrica da América Latina, responsável por 30% da geração e 50% da transmissão de energia no Brasil. Seu patrimônio é avaliado em quase R$ 400 bilhões.
Com a privatização, especialistas antecipam um "tarifaço", com aumentos significativos na conta de luz, além de maior frequência nos "apagões".
O Ministro da Economia, Paulo Guedes, alega que o mercado é capaz de gerar energia a preços mais competitivos para o desenvolvimento do país. Nem mesmo representantes dos setores mais liberais da economia, porém, acreditam nisso.
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), por exemplo, já se manifestou contrária à privatização, por temer o impacto da venda da empresa para o setor industrial, que é o maior consumidor de energia do país.
Edição: Vinícius Segalla