O Movimento Sem Terra (MST) lançou a campanha “Bicicletas para a Zâmbia”, com o objetivo de viabilizar o acesso à escola de mais de 10 mil camponeses do país do centro-sul da Africa, cuja população sofre com altos índices de analfabetismo.
A bicicleta é o meio de transporte mais popular entre os zambianos, mas quem não possui o veículo precisa percorrer diariamente entre 15 e 30 km a pé para chegar até a unidade de ensino, o que estimula a evasão escolar, produzindo drásticos efeitos sociais.
A alfabetização é crucial para permitir a utilização de serviços e direitos básicos de saúde, educação e cidadania.
A Zâmbia tem o inglês como único idioma oficial, mas a língua não é falada por mais da metade da população, formada por mais de 72 etnias e línguas distintas, entre as quais é predominante o grupo Bantu, do qual fazem parte comunidades com vasta diversidade cultural, presentes em 22 países africanos.
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O déficit na educação formal atinge principalmente as mulheres. De acordo com o Inquérito Demográfico e de Saúde de Zâmbia (ZDHS), apenas 10% concluem o ensino médio ou superior, índice 7% menor do que o identificado entre homens.
A baixa escolaridade está atrelada à falta de acesso à comida. Em 2015, a Zâmbia tinha 54,4% dos habitantes vivendo abaixo da linha da pobreza, índice que coloca o país entre 12 piores na classificação mundial.
Atuação internacional
A campanha do MST ocorre no marco das Jornadas de Lutas do Centenário Paulo Freire, em subsídio à Campanha de Alfabetização e Agroecologia Fred M’membe, que atua em três províncias zambianas: Lusaka, Eastern e Western.
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O processo de formação é baseado no método “Ler, Falar e Escrever as Palavras e o Mundo”, de inspiração freireana e coordenado pela Brigada Internacionalista do MST Samora Machel e pelo Partido Socialista (Socialist Party).
Além de receber contribuições individuais, a campanha é apoiada por organizações internacionais, como a Why Hunger, dos EUA.
Como doar
Os interessados podem doar por meio de depósito, transferência bancária ou Pix. Confira os dados neste link.
Edição: Leandro Melito