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Prefeitura do Rio pretende fazer "carnaval fora de época" na ilha de Paquetá

Evento-teste de imunização contra a covid-19 pode ocorrer em setembro após a vacinação em massa dos moradores

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
A ilha de Paquetá está localizada em meio à Baía de Guanabara, a cerca de 15 quilômetros da estação das barcas na Praça XV - Foto: Jaqueline Deister

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), anunciou que pretende fazer um “carnaval fora de época” em Paquetá, bairro da região central da cidade, após a vacinação em massa contra a covid-19, que começa no próximo domingo (20). A ideia é realizar em setembro uma festa sem o uso de máscara ou distanciamento social para testar a eficácia da imunização dos moradores do bairro.

O evento foi anunciado pelo prefeito do Rio nas redes sociais na segunda-feira (14). Segundo ele, este poderá ser o primeiro evento-teste na cidade.

Em live realizada na noite da última segunda-feira (14), o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, disse que o evento só será possível se toda a população estiver vacinada.

“Tudo vai depender dos estudos e da cobertura vacinal. Queremos fazer o teste com 100% das pessoas imunizadas, em um evento controlado, que só irá ocorrer 14 dias após a segunda dose e quando não tiver circulação do vírus na ilha”, afirmou. 

O projeto faz parte de um estudo, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), para que toda a população de Paquetá seja imunizada, independente do calendário normal de vacinação no município. A prefeitura, no entanto, não esclareceu como fará o controle de acesso na ilha no dia do evento.

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O pesquisador da Fiocruz, José Cerbiano Neto, explicou que o estudo começa com uma coleta de sangue no final desta semana, nos dias 17 ao 19. Depois, vai haver a vacinação de todos os voluntários com o imunizante de Oxford/Astrazeneca e, após oito semanas, a aplicação da segunda dose.

O próximo passo é a segunda testagem nos habitantes da ilha, para que os pesquisadores possam fazer análises e comparações de taxas da doença. Eles esperam que todos os mais de três mil moradores se voluntariem para participar do estudo. 

O experimento tem o intuito de mostrar em quanto tempo a população não terá que seguir medidas restritivas, como o isolamento social. O secretário Daniel Soranz ressalta que é preciso que todos se protejam, sem que haja exposição desnecessária ao vírus antes da imunização total. 

Segundo a prefeitura, Paquetá tem uma população de 4.180 pessoas, das quais 3.530 são maiores de 18 anos cadastradas no sistema de saúde da família. Entre elas, 52% tomaram a primeira dose e 30%, a segunda dose até o fim de maio.

Fonte: BdF Rio de Janeiro

Edição: Jaqueline Deister