Na mira do Senado

CPI da Covid ao vivo: Luis Miranda fala sobre suposta fraude na compra da Covaxin

Segundo parlamentar, presidente Bolsonaro foi avisado sobre o esquema de corrupção que estaria ocorrendo dentro da Saúde

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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O bolsonarista Luis Miranda, deputado pelo DEM do Distrito Federal, foi o sexto candidato mais bem votado na capital - Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Nesta sexta-feira (25), a partir das 14h, os senadores da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia escutam o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e seu irmão Luís Ricardo Fernandes Miranda, chefe da divisão de importação do ministério da Saúde. 

Os parlamentares querem escutar ambos acerca da denúncia levantada pelo deputado, na última terça-feira (22), de que teria ocorrido um esquema de fraude na negociação entre o ministério da Saúde e a empresa Precisa Medicamentos para a compra de doses do imunizante Covaxin, produzido pelo laboratório indiano Bharat Biotech, com o conhecimento do presidente Jair Bolsonaro

Acompanhe a sessão ao vivo:

Segundo o deputado, os documentos que provam a fraude também teriam sido levados pessoalmente ao próprio presidente, no dia 20 de março, pelos irmãos. O encontro não consta na agenda do presidente, mas Miranda, em seu perfil no Twitter, publicou uma foto ao lado de Bolsonaro e afirmou que ambos trataram de “assuntos que são importantes para o Brasil”.

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Antes de se encontrar com o presidente, Luis Miranda enviou mensagens a um assessor do mandatário falando sobre um “esquema de corrupção pesado” dentro do ministério da Saúde para a aquisição das vacinas.

“Tenho provas e testemunhas. (...) Não esquece de avisar o PR [presidente]. Depois não quero ninguém dizendo que implodi a República. Já tem PF e o c****** no caso. Ele precisa se antecipar”, afirmou o parlamentar nas mensagens. Logo depois, afirmou que “estava a caminho”.


Arquivo pessoal/Luis Miranda / Reprodução

Ainda de acordo com o deputado, Bolsonaro teria prometido acionar a Polícia Federal para investigar o caso. Tanto o capitão reformado quanto a PF, no entanto, não deram um retorno ao parlamentar, como alegou o próprio.

Luis Ricardo, o irmão do deputado, em depoimento ao Ministério Público Federal (MPF), afirmou, no dia 31 de março, que sofreu uma pressão inusitada para assinar o contrato de importação do imunizante. O servidor da pasta teria citado o tenente-coronel do Exército, Alex Lial Marinho, que foi coordenador-geral de Logística de Insumos Estratégicos, como responsável por pressionar a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a aprovar a importação. 

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Nesta quarta-feira (23), o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da comissão, afirmou em suas redes sociais que a CPI solicitou segurança ao deputado, irmão e outros familiares. “As informações que o deputado está declinando à imprensa e que trará a esta CPI, são de extremo interesse público. Sua vida e a de sua família precisam estar resguardadas”, afirmou Rodrigues.

No total, foram destinados R$ 1,61 bilhão para a compra de 20 milhões de doses da vacina Covaxin, sendo cada uma por US$ 15. A título de comparação, o imunizante produzido pela farmacêutica estadunidense Pfizer foi comprado a US$ 10 por dose. 

Até o momento, nenhuma dose da Covaxin chegou ao Brasil. Segundo o ministério da Saúde, o contrato para a compra de 20 milhões de doses ainda não foi pago. 

Confira também os destaques do depoimento pelo Twitter do BdF:

Edição: Vinícius Segalla