O PSDB decidiu aderir aos atos em defesa do impeachment do presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) que ocorrerão no próximo sábado (3) em várias cidades do Brasil. Além disso, o MBL (Movimento Brasil Livre), um dos protagonistas do impeachment de Dilma Rousseff (PT), resolveu consultar seguidores sobre ir às ruas ou não.
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A participação dos tucanos será feita através de dirigentes partidários e militantes, sem a presença do governador João Doria (PSDB), que é pré-candidato a presidente.
Em nota assinada pelo presidente do diretório municipal do PSDB da capital paulista, Fernando Alfredo, o partido convoca “a militância tucana e simpatizantes para que, dentro dos protocolos, estejam presentes nessa luta em defesa da democracia”.
“Nosso líder Bruno Covas disse que restariam poucos dias para o obscurantismo e o negacionismo e, para que isso se concretize, é necessário que todos os que são a favor da democracia e principalmente da vida se unam contra um governo que coloca o brasileiro a venda por 1 dólar”, diz ainda a nota.
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Segundo Alfredo, o partido não quer retirar espaço de ninguém na manifestação, mas sim somar forças. “A ideia é derrubar esse cara [Bolsonaro], que não tem mais condição de exercer a Presidência. A gente abre o jornal e fica enojado com o que vê”, diz.
Não está decidido se serão usados símbolos do partido, como camisetas. Também não haverá caminhão de som próprio. Caso haja convite para que lideranças do PSDB discursem no evento, será aceito, afirma o dirigente.
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“Subiremos sem problema no caminhão de som que estiver lá, mesmo que seja da esquerda. Nós somos adversários em momento eleitoral”, diz.
MBL
Já o coordenador nacional do MBL, Renan Santos, diz que sua posição pessoal é pela realização de protestos pelo impeachment. “Pessoal, tudo se encaminha pra um gigantesco esquema de roubo de vacina. Não dá pra não ir pra rua”, escreveu.
Mesmo assim, Renan resolveu consultar a opinião de seus seguidores em um vídeo que questiona: “Você sairia às ruas contra o governo Bolsonaro?”.
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“Isso não tem paralelo em nada que eu já vi na história do Brasil. […] Se você não for pra rua, não vai ter impeachment. […] Esse é meu recado, esse é meu desafio”, diz.
O MBL assina o superpedido de impeachment protocolado na Câmara dos Deputados nesta quarta, ao lado de PT, PDT, PSB, PC do B, PSOL, ex-aliados de Bolsonaro, como deputados Alexandre Frota (PSDB-SP) e Joice Hasselmann (sem partido-SP), além de outros movimentos da sociedade civil.
Frente Ampla
Partidos de esquerda, como PT, PSOL, PC do B, PCB, UP, PCO e PSTU, também integram a organização dos atos.
A segunda manifestação teve novas adesões —centrais sindicais, o Movimento Acredito e siglas como PSB, PDT e Rede, que dizem não estimular as aglomerações, mas não proibiram a presença de seus quadros. Já o Cidadania anunciou apoio oficial às manifestações.
A Campanha Fora Bolsonaro é composta por frentes como a Povo sem Medo, a Brasil Popular e a Coalizão Negra por Direitos, que reúnem centenas de entidades, entre elas MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), UNE (União Nacional dos Estudantes), CMP (Central de Movimentos Populares) e Uneafro Brasil.
Frota pode votar em Lula
Durante reunião sobre o superpedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido), protocolado na quarta (30), o deputado Alexandre Frota (PSDB-SP) surpreendeu a todos ao afirmar que agora é de centro-esquerda.
“Ao longo da vida, a gente amadurece, reconhece alguns erros cometidos e procura se acertar. Eu acho que a parte social é fundamental, coisa que eu não enxergo na direita. Não tem esse olhar para o próximo, estender a mão para aquele que precisa. Eu estou muito feliz assim”, disse o deputado à coluna de Mônica Bergamo.
A conversa surgiu após Frota corrigir a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) ao ser identificado por ela como alguém de direita.
De acordo com sua assessoria, Frota vota no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra o presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido), mas espera que apareça uma terceira via para ter outra opção.
Em junho, Frota fez uma análise política rápida pelo Twitter que apontava para a eleição de Lula em 2022.
De acordo com o deputado, “com a desistência de Luciano Huck, a crise forte no Democratas, traição contra João Doria no PSDB, o João Amoêdo foi embora, a tal da ‘terceira via’ ainda não apareceu”.
“De concreto por enquanto tem Lula liquidando o Jair Bolsonaro e o Ciro correndo por fora”, conclui.