O voto em Bolsonaro, para muitos eleitores que se arrependeram, foi um cheque em branco, porque a maioria não o conhecia. Havia expectativas de “mudanças”, mas, de acordo com pesquisa recente do Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec), ex-Ibope, – mais da metade – 53% dos eleitores do presidente no segundo turno da eleição de 2018 - diz que não irá votar de novo no atual presidente. E 26% dos eleitores de Bolsonaro sinalizam voto em Lula.
O Brasil de Fato Paraná falou com eleitores de Bolsonaro que dizem se sentir decepcionados e não votarão nele novamente caso se candidate à reeleição. Entre os motivos de arrependimento estão a falta de gestão da pandemia, o desrespeito diante dos protocolos de prevenção, além de promessas de campanha não cumpridas.
Confira os depoimentos:
Maria Teresa Palumbo, 77 anos, aposentada
“Votei nele, fiz muita campanha para ele. Eu não o conhecia, mas acreditei nele porque queria uma mudança. Quando ele foi eleito é que fui conhecer. Vi tantas barbaridades que esse homem faz e fala. Agora, não o suporto, principalmente em relação ao que ele faz na pandemia. Ou o que não faz. Esse comportamento dele de não estar nem aí com as vacinas, fazer aglomeração, desdenhar do uso de máscara me dá nojo.”
Márcio Nolasco, 55 anos, gerente de projetos
“Meu pensamento estava centrado em tirar o PT do poder. Bolsonaro veio na carona desse objetivo. Todos nós que votamos em Bolsonaro esperávamos mudança, o combate à corrupção e outras promessas de campanha, que hoje se revelam ao contrário do que pregou.”
Para ele, o atual governo foi uma grande decepção. “Meu último voto foi em Collor, outra decepção, mas algo bem menor diante das insanidades que vem cometendo Bolsonaro. Um governo que desqualifica a ciência, na contramão do mundo, deseja a contaminação de maior numero de brasileiros, um governo que prevarica na compra de uma vacina sem eficácia só pode ter nos decepcionado.”
Jean Rubel, 35 anos, vidraceiro em Curitiba
O voto em Bolsonaro foi por acreditar que combateria a corrupção. “Não achei ninguém melhor. Achei que ele, por ser novo nas eleições, pegaria mais duro com a corrupção, na diminuição de impostos, preços da gasolina, da carne... Mas, infelizmente, o Brasil com ele está caminhando para um abismo. Ele parece que está brincando. Numa época de pandemia, as vacinas tinham que estar mais rápidas, muitas pessoas morrendo e ele nem aí. Além disso, as coisas deviam estar mais acessíveis para a população.”
Fonte: BdF Paraná
Edição: Lia Bianchini