A sessão da CPI desta quinta-feira (8), ouviu a ex-coordenadora do Plano Nacional de Imunização (PNI) Francieli Fantinato. Durante a inquirição, a funcionária defendeu as vacinas, se disse contra imunidade de rebanho e comentou a política de imunização do governo federal, do qual não teve respaldo. “Quando um líder da nação não fala favorável à vacinação, a minha opinião pessoal é que isso pode trazer prejuízos”, disse.
Questionada pelo senador Humberto Costa (PT-PE) sobre eficácia da vacina CoronaVac, frequentemente atacada por Bolsonaro, e até a semana passada, a ex-coordenadora do PNI foi taxativa. “A vacina foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, passou pelos estudos de eficácia e segurança, então á uma vacina que serve, sim, para o Plano Nacional de Imunização”.
A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), atendendo a pedido do vice-presidente Randolfe Rodrigues (Rede-AP), desclassificou a depoente Francieli Fantinato de “investigada” para “testemunha”. Segundo Randolfe, a fala da ex-coordenadora do PNI foi fundamental e esclarecedora, o que justifica a medida. Com isso, segundo afirmou Eliziane, a quebra de sigilo telefônico e telemático de Francieli será suspenso.
Sem vacinas, sem campanha publicitária
Ela criticou também a falta de vacinas suficientes no país e a falta de campanhas publicitárias do governo para informar a população sobre a importância da vacinação. “Faltou para o PNI, sob a minha coordenação, quantitativo suficiente para a execução rápida de uma campanha, e campanhas publicitárias para a segurança dos gestores, profissionais de saúde e população brasileira”, disse. “Para uma campanha de vacinação funcionar precisa ter vacina e campanha publicitária. Infelizmente, eu não tive nenhum dos dois.”
Francieli declarou aos senadores que deixou o cargo “por questões pessoais”, mas destacou: “existe uma politização do assunto, por meio do líder da nação, que traz elementos que muitas vezes colocam em dúvida (a vacinação)”.
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