Neste domingo (18), o Chile foi às urnas para as primárias que definirão os candidatos às eleições presidenciais de 21 de novembro, isso duas semanas após a inauguração da Assembleia Constituinte que vai substituir a Constituição da Ditadura Militar.
Os chilenos, portanto, dão o pontapé inicial a um processo eleitoral polarizado entre a direita e a esquerda no contexto de uma intensa mobilização popular iniciada em 2019 e sob efeitos da pandemia de covid-19.
:: Por que 80% dos chilenos querem uma nova Constituição? ::
Quem são os favoritos
Enquanto o presidente Sebastián Piñera caminha para o final da gestão com baixa aprovação popular, um dos favoritos é o membro do Partido Comunista Daniel Jadue. Uma pesquisa eleitoral realizada no final de junho coloca o comunista em primeiro lugar nas intenções de voto, com 14% da preferência.
Apesar do favoritismo, Jadue disputa a cabeça da chapa com o ex-líder estudantil Gabriel Boric Font, do Convergência Social. Ambos fazem parte da coalização de esquerda oposicionista Apruebo "Dignidad".
:: Candidato comunista é favorito para eleição presidencial no Chile, segundo pesquisa ::
No polo oposto, está a coalização governista "Chile Vamos". Pela agremiação, concorrem o conservador Mario Desbordes, do Partido da Renovação Nacional (RN), o liberal Ignacio Briones Evópoli, e Joaquín Lavín, pela União Democrática Independente. O "Chile Vamos" tem ainda um candidato independente, Sebastián Síchel.
Lavín, de extrema direita, aparece em segundo lugar nas pesquisas com 13% das intenções. O conservador foi prefeito da comuna de Las Condes e ex-ministro de Sebastián Piñera. O terceiro lugar é da ex-ministra de Michelle Bachelet Yasna Provoste, da Democracia Cristã.
Novo capítulo da história chilena
Desde outubro de 2019, quando protestos massivos por justiça social chacoalharam o país, os chilenos vivem mudanças políticas profundas.
As manifestações resultaram na convocação de um referendo sobre reforma da Constituição do país, promulgada em 1980, durante a ditadura do general Augusto Pinochet.
:: Comemoração de um ano de protestos massivos no Chile abre reta final para Plebiscito ::
Nas eleições de maio, foram definidos prefeitos, vereadores, governadores regionais e os 155 membros da constituinte, que deu aos partidos de oposição e os candidatos independentes maioria na Assembleia que escreverá a nova Constituição.
Edição: Arturo Hartmann