Hostilização

Fortaleza: Pe. Lino Allegri tem rede de apoio após ser alvo de hostilização de bolsonaristas

Os fatos aconteceram na Paróquia da Paz, no bairro Aldeota em Fortaleza.

Brasil de Fato | Fortaleza (CE) |
O primeiro caso aconteceu no dia 4 de julho quando, após fazer críticas ao governo Bolsonaro em relação a política de enfrentamento à covid-19, o padre foi intimidado por algumas pessoas. - Foro: Reprodução / escrivaninha.blog

No domingo (18), o padre Lino Allegri mais uma vez foi alvo de hostilização por parte de fiéis apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O primeiro caso aconteceu no dia 4 de julho quando, após fazer críticas ao governo Bolsonaro em relação a política de enfrentamento à covid-19, o padre foi intimidado por algumas pessoas. Ambos os casos aconteceram na Paróquia da Paz, no bairro Aldeota, em Fortaleza.

A Pastoral do Menor, Regional Nordeste, divulgou nota em apoio ao Padre Lino Allegri em relação aos atos de intimidação sofrida por ele no dia 4: “Como não ficar indignado ao saber que os atos sofridos por Pe. Lino partiram exatamente daqueles que deveriam pregar o amor e respeito ao próximo. Os fiéis que estavam nesse determinado domingo, os ditos ‘cristãos’ que deveriam legitimar as práticas de justiça social que condizem com o reino de Deus, fizeram exatamente o contrário e usaram a casa de Deus para difundir palavras de ódio e incitar a violência, sempre pautados em falsos ‘valores’ éticos e morais de uma sociedade adoecida e assolada pelo desamor, desprezo a vida e falta de empatia aos irmãos em cristo”.

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Já em relação ao ocorrido no domingo(18), o governador Camilo Santana (PT) disse que era inaceitável a atitude desses que se dizem cristãos “invadirem” uma igreja para insultar e intimidar um líder religioso.

“Informo que desde a semana passada determinei ao nosso secretário da Segurança para não só enviar policiais para garantir a integridade do Padre Lino, como instaurar inquérito para apurar qualquer tipo de ameaça contra ele. Não iremos aceitar que atitudes como essa, de ódio e intolerância, fiquem impunes”, acrescentou o governador.

O prefeito Sarto (PDT) também se solidarizou e prestou apoio ao padre. “Ressalto aqui meu apoio ao governador Camilo Santana, que determinou a investigação para apurar as ameaças. Que os autores sejam devidamente responsabilizados”, finaliza.

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Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos

A Defensoria Pública do Estado do Ceará informou em seu site que está acompanhando com preocupação o caso das ameaças ao ofício religioso e à integridade do padre Lino Allegri e afirma que na última quarta-feira (15 de julho) foi realizada uma reunião que discutiu medidas a serem tomadas.

“Foi solicitado ingresso do padre no Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas (PPDDH). A iniciativa partiu de membros do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos (CEDDH), da Defensoria Pública do Ceará (DPCE) e do Ministério Público do Estado (MPCE)”, disse a DPE. 

Rede de apoio

O ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, compartilhou em suas redes sociais um vídeo em que aparece o Padre Júlio Lancellotti falando palavras de apoio ao padre Lino. Um dos trechos da legenda, Roberto Cláudio diz “Deus nos cubra a todos e todas das melhores lições de Jesus Cristo: humildade, tolerância e amor verdadeiro!”

O Partido Socialismo e Liberdade (Psol) Ceará também manifestou apoio ao padre: “Nós, do PSOL, repudiamos os ataques ao Pe. Lino e cobramos das autoridades competentes que deem a devida apuração e responsabilizem quem tem orquestrado essa articulação do ódio”.

Gleisi Hoffmann, deputada federal pelo PT-PR e presidenta do PT também prestou apoio a Lino Allegri: “Toda solidariedade ao padre Lino Allegri, da Paróquia da Paz, em Fortaleza. Quem está ameaçando precisa ser identificado e punido".


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Fonte: BdF Ceará

Edição: Monyse Ravena