Minha candidatura só vai acontecer se for uma questão estratégica pensada pelo Lula
“Não existe auto-exílio. Eu tive que deixar o Brasil. Não tive escolha”. É assim que o ex-deputado federal Jean Wyllys explicou sua decisão de renunciar ao cargo e, em 2019, se exilar nos Estados Unidos por conta de ameaças que sofria no Brasil. O ativista, que hoje vive na Espanha afirma que essa decisão só foi tomada porque a situação que se tornou insustentável.
“Eu tive que sair porque a violência contra mim era muito grande. Só agora a população está entendendo como essa violência foi financiada e que forças políticas ela agrega. Muitas pessoas não entendiam por falta de empatia por eu ser homossexual. O Brasil é um país que se acostumou com violência contra população LBGT e ver um deputado torturado psicologicamente não fazia diferença”, disse em entrevista ao programa BdF Entrevista, repercutida na edição de hoje (21) do Programa Bem Viver.
:: "Minha candidatura só vai existir por uma estratégia pensada por Lula", diz Jean Wyllys ::
Jean Wyllys foi categórico em dizer que não existe “auto-exílio”. “Ninguém se lança em uma aventura insegura se não tiver com medo, no instinto de preservar sua vida”, pontuou. “Minha vida tem valor para mim, para a minha família e para os meus amigos. As pessoas que me viam em cárcere privado, escoltado por cinco policiais para ir em qualquer lugar, disseram que eu tinha que ir”.
Ele se tornou um símbolo da política por levar para dentro do Congresso Nacional pautas do movimento LGBTQIA+ e foi pioneiro em tratar do tema como um ato político dentro da Câmara e do Senado. “A violência que antes era aplicada a mim pelo presidente Jair Bolsonaro agora se estende para toda nação”, pontuou.
:: Jean Wyllys chega ao PT por "esperança de reconstrução da democracia" ::
Jean Wyllys deixou o PSol para se filiar ao PT em maio, porém afirma que isso não significa que ele irá concorrer às eleições. “Minha candidatura só vai acontecer em último caso, se for uma questão estratégica pensada pelo Lula”, disse.
Desmatamento na Amazônia
Um estudo do Instituto Imazon concluiu que o desmatamento na Amazônia nos últimos 11 meses foi o maior em 10 anos. Entre agosto do ano passado e junho deste ano, foram mais de 8 mil quilômetros quadrados de mata derrubada. Este número significa um crescimento de 50% em relação aos dados do período anterior.
Cientistas tentam descobrir qual é o limite para tudo isso. É quase unanimidade entre pesquisadores que existe um ponto que, depois dele, não tem como voltar atrás e a floresta não poderá mais ser recuperada. Alguns cientistas indicam que é quando 40% do bioma for destruído, mas esse índice muito relativo porque nunca antes na História aconteceu algo do tipo.
:: Amazônia perdeu 96 hectares de sua cobertura florestal a cada hora no ano de 2020 ::
Outros especialistas têm uma visão bem mais pessimista: o cientista Carlos Nobre, uma das maiores referências em estudos sobre aquecimento global do Brasil, afirmou que a floresta amazônica está muito próxima do ponto de não retorno. Segundo ele, esse limite está entre 20% e 25% do bioma destruído. O especialista aponta que, atualmente, 17% da floresta já foi derrubada.
Essa declaração de Carlos Nobre foi feita em setembro do ano passado, durante uma audiência pública no Supremo Tribunal Federal para discutir a omissão do governo federal nas políticas públicas ambientais.
Um dia no parque
Uma das formas de proteger os biomas brasileiros é por meio da criação de unidades de conservação, que determinam leis de proteção ambiental para uma determinada área, por conta da sua importância ecológica. O Brasil têm pelo menos 3.700 unidades de conservação, categorizadas em diferentes níveis, algumas com legislações rígidas outras mais brandas.
Um exemplo são os Parques Nacionais, que preservam e protegem o meio ambiente, mas não impedem a visitação do público. Pelo contrário, esse tipo de proteção é uma forma de incentivar a integração entre a população e o meio ambiente.
Para apoiar ainda mais o interesse das pessoas em conhecer as belezas do Brasil, um grupo chamado Rede Pró Unidades de Conservação, que reúne diversas instituições de proteção ambiental, criou o evento Um Dia no Parque, que ocorre no próximo final de semana (24 e 25), de forma virtual e presencial, propondo uma visita para que a população conheça mais a fundo os locais.
Quem for presencialmente deve seguir os protocolos de segurança, como uso de máscara, distanciando entre as pessoas e distribuição dos grupos de visita para evitar aglomerações. Mesmo quem não puder comparecer, pode navegar pelo site, que reúne uma enciclopédia dos parques nacionais no Brasil.
Seletividade Alimentar
Até onde a seletividade das crianças na hora de comer é um processo normal do desenvolvimento? É comum que as crianças recusem alimentos, em especial quando percebem que podem escolher o que comer, mas em alguns as recusas podem ser mais severas, chegando a uma aversão a determinadas cores, texturas e cheiros dos alimentos.
É a chamada Seletividade Alimentar, um problema que pode se refletir na saúde das crianças, com impactos também na fase adulta.
No Programa Bem Viver, a nutricionista Ana Paula Chiapetti dá dicas de como reconhecer comportamentos mais preocupantes e como os cuidadores podem ajudar as crianças a ampliarem seu repertório alimentar.
:: Recusa de crianças por comer pode ser um problema nutricional que requer atenção ::
Qualidade do sono
Com rotinas atarefadas, com longas jornadas de trabalho e longos períodos de descolamento no retorno para casa, o tempo de sono de grande parte da população acaba sendo espremido. O resultado é dormir tarde para acordar cedo.
Uma pesquisa realizada na Inglaterra com 800 mil pessoas, porém, confirmou que dormir pouco causa impactos diretos no estado emocional, desencadeando problemas como depressão, por exemplo. Apesar de o estudo ter sido feito na Europa, muitos dos resultados podem ser compartilhados com a nossa realidade.
Cuba
A minissérie Guerra Contra Cuba, que explica e denuncia os efeitos do chamado bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos contra a Ilha Caribenha, está disponível no Youtube. Ela foi produzida pelos cineastas estadunidenses Oliver Stone e Danny Glover, uma dupla famosa pelo posicionamento anti-imperialista e crítico a conduta de diversos presidentes do país.
Desde a década de 1960, Cuba sofre fortes restrições comerciais por conta do embargo, que desde 1992 é duramente criticado pela Organização nas Nações Unidas (ONU).
O documentário, dividido em três capítulo, foi lançado no final do ano passado, mas voltou ao debate após a repercussão internacional das manifestações contra o governo cubano, realizadas em alguns pontos da ilha no início deste mês.
Sintonize
O programa vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 11h às 12h, com reprise aos domingos, às 10h, na Rádio Brasil Atual. A sintonia é 98,9 FM na Grande São Paulo e 93,3 FM na Baixada Santista.
Em diferentes horários, de segunda a sexta-feira, o programa é transmitido na Rádio Super de Sorocaba (SP); Rádio Palermo (SP); Rádio Cantareira (SP); Rádio Interativa, de Senador Alexandre Costa (MA); Rádio Comunitária Malhada do Jatobá, de São João do Piauí (PI); Rádio Terra Livre (MST), de Abelardo Luz (SC); Rádio Timbira, de São Luís (MA); Rádio Terra Livre de Hulha Negra (RN), Rádio Camponesa, em Itapeva (SP), Rádio Onda FM, de Novo Cruzeiro (MG), Rádio Pife, de Brasília (DF), Rádio Cidade, de João Pessoa (PB), Rádio Palermo (SP), Rádio Torres Cidade (RS) e Rádio Cantareira (SP).
A programação também fica disponível na Rádio Brasil de Fato, das 11h às 12h, de segunda a sexta-feira. O programa Bem Viver também está nas plataformas: Spotify, Google Podcasts, Itunes, Pocket Casts e Deezer.
Assim como os demais conteúdos, o Brasil de Fato disponibiliza o programa Bem Viver de forma gratuita para rádios comunitárias, rádios-poste e outras emissoras que manifestarem interesse em veicular o conteúdo. Para fazer parte da nossa lista de distribuição, entre em contato pelo e-mail: [email protected]
Edição: Sarah Fernandes