O filósofo Roberto Romano morreu em São Paulo nesta quinta-feira (22), aos 75 anos. Ele estava internado desde 11 de junho no Instituto do Coração (Incor), em tratamento de problemas decorrentes da covid-19.
Era professor aposentado de Ética e Filosofia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Romano é autor de Igreja contra Estado. Crítica ao populismo católico (São Paulo – Ed. Kairós, 1979), Conservadorismo romântico (São Paulo – Ed. Unesp, 1997), entre outros livros. Doutor em filosofia pela École des Hautes Études en Sciences Sociales (Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais) de Paris, nasceu em Jaguapitã (PR).
Quando o país chegou a 300 mil mortos pela covid-19, em março, o filósofo comentou sobre Bolsonaro, afirmando, sobre a eleição presidencial de 2018, que “na máquina enlouquecida colocamos um indivíduo sem o mínimo senso de responsabilidade, a mais leve noção do necessário dever, desprovido de saberes básicos em matéria científica, humanística"
Em entrevista à RBA, em 2019, Romano disse que “a situação dos poderes no Brasil é completamente anômala em relação a qualquer outro Estado que conhecemos”. Falando sobre a Operação Lava Jato, Judiciário e instituições, comentou: “Há uma promiscuidade enorme de setores judiciários, do Legislativo e do Executivo, em que a troca, o ‘é dando que se recebe’, funciona”.
Por ocasião da eleição do Papa Francisco, em março de 2013, Roberto Romano afirmou que tinha boas expectativas sobre o então novo pontífice, por ser jesuíta. “Muitos [dos jesuítas] são médicos, físicos, matemáticos, teólogos, filósofos. Dedicam-se a um diálogo com o mundo científico, tecnológico e político”, disse, em entrevista a Unisinos. Romano foi, durante 12 anos, frade dominicano,quando o Brasil vivia sob a ditadura militar.