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Olimpíada de Tóquio começa com manifestações antirracistas e luta contra covid; veja fotos

Comitê Olímpico divulgou regras que permitem aos atletas se manifestarem, mas só em algumas condições

Brasil de Fato | Brasília (DF) |

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Os porta-bandeiras Ketleyn Quadros e Bruninho foram os únicos representantes do Brasil no desfile na cerimônia de abertura - Martin Bureau/AFP

Os Jogos Olímpicos de Tóquio, no Japão, começaram nesta sexta-feira (23), com a realização da cerimônia de abertura, no Estádio Olímpico. Contudo, antes mesmo do início oficial, as competições já estavam marcadas por fortes manifestações políticas e tendo como principal desafio a luta contra a covid-19.

No começo do mês, o Comitê Olímpico Internacional (COI) divulgou regras que permitem aos atletas se manifestarem, mas só em algumas condições: os protestos só podem acontecer antes do início de uma competição. Por exemplo, quando os atletas forem apresentados. Nesse momento, está liberado o uso de roupas ou acessórios ou fazer gestos, como levantar os punhos ou ficar apoiado em um joelho no campo.

Antirracismo no futebol

O futebol começou na última quarta (21) e teve atos contra o racismo antes do início das partidas, no masculino e no feminino. Atletas se ajoelharam em gesto emblemático da luta antirracista, popularizado nos últimos anos.


Georgia Stanway e Keira Wals, do time de futebol feminino do Reino Unido, protestam antes do início do jogo contra o Chile / Asano Ikko/AFP

Gol para Oxóssi

Nas redes sociais, a comemoração do quarto gol da seleção masculina de futebol, marcado por Paulinho, atacante do Bayer Leverkusen (ALE), também foi considerada um importante ato pela tolerância religiosa.

Depois de sacramentar a goleada brasileira de 4 a 2 contra a Alemanha, o atleta simulou atirar uma flecha em homenagem ao orixá Oxóssi, do candomblé. Depois, em uma rede social, Paulinho escreveu: "Okê Arô! Saravá meu Pai".


Paulinho comemora gol pelo Brasil atirando a "flecha de Oxóssi" / Daniel Leal Olivas/AFP

Desfile sem aglomeração

Na abertura, a delegação brasileira também apresentou comportamento simbólico. Evitou a aglomeração promovida por representantes de outros países e levou apenas quatro atletas ao desfile.

O levantador Bruninho e a judoca Ketleyn Quadros levaram a bandeira brasileira, e foram acompanhados pelo chefe da missão brasileira, Marco La Porta, e por um oficial administrativo.

"Os brasileiros estão sofrendo muito e sei que estamos dando esperança e fazendo eles sonharem de novo com o esporte", afirmou Bruninho. Ketleyn foi a primeira mulher negra a carregar a bandeira brasileira na abertura dos Jogos.


Bruninho e Ketleyn Quadros desfilam no estádio Olímpico com a bandeira do Brasil / Odd Andersen/AFP

Conflito Israel-Palestina

Na quinta-feira (22), o judoca argelino Fethi Nourine desistiu de participar da Olimpíada após o resultado do sorteio dos confrontos determinar que ele poderia enfrentar o judoca israelense Tohar Butbul.

Em suas redes sociais, Nourine compartilhou notícias nas quais afirma que "não reconheceremos a bandeira israelense e não mancharemos nossas mãos com ela". O argelino iria estrear contra o atleta Mohamed Abdalarasool, do Sudão, na categoria de 73kg. Caso fosse vencedor, enfrentaria o judoca israelense.


O judoca argelino Fethi Nourine abandonou os Jogos Olímpicos de Tóquio / Reprodução/Redes sociais

Edição: Vivian Virissimo