Com previsão para iniciar no mês de outubro, o projeto piloto do Governo do Estado do Maranhão chamado “Expresso do Trabalhador” oferece ônibus com tarifa zero para trabalhadores da capital, São Luís.
O projeto inicialmente vai atender moradores da Vila Luisão, via Nova Litorânea, região periférica que dá acesso ao Centro, além dos comerciários que encerram o expediente após as 21h.
A medida foi anunciada na última terça-feira (20), pelo governador Flávio Dino (PSB), nas redes sociais.
Em outubro, vamos implantar um serviço de ônibus com tarifa zero na Ilha de São Luís, inicialmente para moradores da região da Vila Luisão (via Nova Litorânea) e para comerciários que encerram expediente após 21h. Será o Expresso do Trabalhador, novo projeto do @GovernoMA
— Flávio Dino 🇧🇷 (@FlavioDino) July 20, 2021
A tarifa de ônibus em São Luís hoje é de R$ 3,70, valendo para as linhas que circulam nos terminais de integração e de R$ 3,20 para as linhas não integradas, valores que podem somar mais de R$ 155 ao mês no orçamento dos trabalhadores, considerando apenas uma ida e uma volta ao trabalho nos dias úteis.
Para suprir esses valores, o Governo do Estado explica que vai destinar recursos próprios para a compra de ônibus adicionais, específicos ao projeto, além de aplicação de outros investimentos, como conta o presidente da Agência Estadual de Transporte e Mobilidade Urbana (MOB), Daniel Carvalho.
“O Maranhão está destinando recursos próprios para realizar a implementação do programa, recursos do tesouro. Serão aplicados tanto diretamente na compra dos ônibus que já foram devidamente licitados, quanto no pagamento da contratação de motoristas, combustíveis, manutenção e garagem desses ônibus”, explica.
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Carvalho explica que as vias escolhidas para o projeto piloto são estratégicas, pois integram diversos outros bairros periféricos, além de municípios próximos de maneira expressa.
“O Expresso irá inicialmente funcionar do bairro denominado Vila Luisão, que é um dos bairros periféricos, já próximo a outros municípios, integrando de forma expressa e possibilitando a vários trabalhadores que trabalham na região central, uma melhoria e redução no tempo de deslocamento, fora que será de forma gratuita, não onerosa”.
José Raimundo Trindade, coordenador da União Por Moradia Popular (UNMP-MA), explica que nesse momento de intensos retrocessos, aumentos da cesta básica e congelamento de salários, pensar estratégias de redução dos custos mensais do trabalhador é pensar na vida.
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“O aumento da desigualdade social, do desemprego, da cesta básica, do gênero alimentício como a carne, o arroz, aquele alimento básico que a gente precisa, vêm dificultando muito a vida da nossa população... Então essas tomadas de decisão do estado, de ajudar em um momento tão difícil contribui para melhorar a qualidade de vida da população”.
Com um histórico oligárquico, o Maranhão é o estado onde mais pessoas vivem na extrema pobreza, sendo cerca de 1,4 milhão de pessoas. Para driblar esses dados, tem se destacado em ações de acesso aos direitos humanos e melhorias nas condições de vida aos trabalhadores, a exemplo do maior salário-base aos professores, programas como o Comida na Mesa e Vale Gás, além de uma das menores taxas de mortalidade por covid-19.
“A questão hoje do vale gás, que o governo do estado tem oferecido a algumas pessoas, a contribuição lá na cesta básica, isso dá um ânimo para pessoas que estão vivendo em situação difícil, em situação de fome. A gente fica angustiado, desesperado, porque muitas vezes a gente não consegue, enquanto sociedade civil, dar um retorno imediato para algumas famílias que estão passando fome”, destaca Trindade.
Com um orçamento de cerca de R$ 180 milhões, o projeto Comida na Mesa é destinado ao combate à fome e garante a venda de refeição a preço acessível, por meio dos Restaurantes Populares, assim como a aquisição de alimentos da agricultura familiar e a doação desses alimentos às famílias em situação de vulnerabilidade social, por meio de cestas básicas.
Edição: Rebeca Cavalcante