Borba Gato

Motorista de app se apresenta à polícia, assume que participou de fogo em estátua e vai preso

Sem antecedentes criminais e colaborando com a investigação, ativista comenta sua prisão: "Essa é a Justiça brasileira"

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Danilo Silva de Oliveira (de preto) se apresentou no 11º Distrito Policial - Pedro Stropasolas

Danilo Silva de Oliveira, conhecido como Biu, apresentou-se nesta segunda-feira (9) ao 11º Distrito Policial, em Santo Amaro, zona sul de São Paulo (SP). Ele admitiu envolvimento na queima de pneus em torno da estátua do bandeirante Borba Gato, cuja autoria foi assumida pelo grupo "Revolução Periférica".

Na última sexta-feira (6), a juíza Gabriela Marques da Silva Bertoli havia decretado a prisão preventiva contra ele e outros dois investigados, Paulo Lima, conhecido como Galo, e Thiago Viera Zem, que teria participado da ação como motorista. 

 

 

Assim como Galo, que segue detido em prisão preventiva, Biu não tem antecedentes criminais. Segundo a defesa, ele ficará preso preventivamente no 101º Distrito Policial, também na zona sul.

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Enquanto se dirigia à delegacia junto com os advogados, Biu criticou o sistema judiciário brasileiro por punir com mais rigor a população preta e pobre. "Isso aqui é a demonstração do que é a Justiça brasileira", afirmou. 

A defesa prepara um pedido liminar de habeas corpus para tentar garantir a soltura do ativista. Outro recurso foi protocolado com objetivo de revogar a detenção de Galo, preso desde 28 de julho. 

Bertoli, juíza que assinou o pedido de prisão dos ativistas, foi alvo de críticas do advogado Jacob Filho, que representa Galo e Biu. "A decisão dela é ilegal em todos os aspectos. Ilegal, arbitrária, desnecessárias e desmedida", afirmou na delegacia. 

Quem é Biu

Entregador de transportadora e motorista de aplicativo, Biu tem 36 anos, é estudante de História e tem uma filha de 7 anos. O ativista mora com a família na favela do Vietnã, zona sul paulistana, onde atua como líder comunitário.  

"Vale lembrar que ontem teve um pai de família que teve que ficar de cueca no supermercado para mostrar que não roubou nada. E também também a mulher que matou o entregador pagou 21 mil reais e saiu pela porta da frente", afirmou Biu antes de se entregar.  

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A fala se refere ao caso registrado no supermercado Assaí, no interior paulista, e à motorista de uma BMW que atropelou e matou um entregador de aplicativo e deixou outro em estado grave em junho deste ano.

Edição: Rebeca Cavalcante