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Programa Bem Viver discute risco de novos picos da pandemia com variante Delta

Mutação do vírus é mais contagiosa e deve se tornar dominante no Brasil nas próximas semanas

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Variante Delta já está em transmissão comunitária em São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Paraná e Rio Grande do Sul
Variante Delta já está em transmissão comunitária em São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Paraná e Rio Grande do Sul - Alain Jocard / AFP
Nos países que vacinaram pouco a taxa de mortalidade aumentou muito com a variante Delta

O aumento da circulação da variante Delta no Brasil, já em transmissão comunitária em diversos estados, pode causar novos picos de internações e óbitos por Covid-19 se as medidas de proteção não forem intensificadas, em especial a vacinação, o uso de máscaras e a manutenção do distanciamento social. É o que defende o médico de família Aristóteles Cardona, no podcast Covid-19 na Semana, repercutido na edição de hoje (9) do Programa Bem Viver.

Porém, apesar dos riscos, diversos governo tem flexibilizado as medidas de restrição. A variante Delta já está em transmissão comunitária em São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Paraná e Rio Grande do Sul, mas especialistas apontam que os números reais são maiores e mais preocupantes. Isso porque o Brasil segue testando pouco e fazendo pouco sequenciamento genético do vírus.

A variante Delta se propaga mais rápido e é mais transmissível que as outras cepas e outras doenças reconhecidamente contagiosas, como a catapora. Equipes de saúde em diversos países têm notado outro ponto preocupante: a evolução para casos graves também é mais rápida.

“O que a gente tem visto e estudando no mundo inteiro é quase matemático: onde a Delta se tornou predominante ela ganhou a competição com outras cepas e se tornou majoritária nas contaminações”, disse o médico. “Em outros países, estamos vendo o aumento do número de casos, inclusive naqueles com vacinação avançada. O que ocorre é que onde grande parte da população tomou vacina vemos um aumento de casos e de hospitalizações, mas não um aumento na mortalidade. No entanto, nos países que vacinaram pouco a taxa de mortalidade aumenta muito.”

No Brasil, a vacinação ainda segue em ritmo lento. Ao todo 50,58% da população tomaram a primeira dose e 21,49% a dose única ou a segunda dose, fundamental para completar o ciclo de imunização. Os dados são de ontem (8), apurados pelo Consórcio de Veículos de Imprensa.

Dia Internacional dos Povos Indígenas

Nesta segunda-feira (9) é comemorado o Dia Internacional dos Povos Indígenas, data criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1995, com objetivo de reforçar a luta pelo direito a autodeterminação dessas comunidades e de valorizar a cultura e modo de vida tradicional dos indígenas.

Para marcar a data, o Programa Bem Viver repercutiu uma entrevista a liderança Alessandra Korap Munduruku, representante de mais de dez aldeias do Médio Tapajós, no Pará, primeira mulher a presidir a Associação Indígena Pariri e vice coordenadora da Federação dos Povos Indígenas do Pará.

“Se você andar pela Amazônia verá muito desmatamento, plantações de soja, barragens que destruíram lugares sagrados e ao mesmo tempo Projetos de Lei que facilitam a destruição do meio ambiente sendo aprovados. Quem assina esses projetos assina também a morte de povos indígenas, quilombolas e ribeirinhos”, disse Alessandra em entrevista ao Programa Ambiente é o Meio, da Rádio USP.

No ano passado, Alessandra recebeu o prêmio Robert Kennedy de Direitos Humanos, nos Estados Unidos, que há 37 anos homenageia figuras que lutam por causas sociais.

Lançamento musical

O Bem Viver apresenta aos ouvintes a canção “País”, lançada na semana passada em uma composição familiar, feita por mãe e filhos. A partir de uma harmonia criada pelo caçula, Pedro Germer, a mãe Iara Germer compôs a letra com o outro filho, Neno Moura, que também fez a percussão da música.

A canção fala do Brasil de hoje, propondo uma reflexão sobre as crises sanitária, política e econômica vivenciadas pela população. A música “País” está disponível nas principais plataformas digitais.

Olimpíadas

Se tem uma palavra que define o mundo esportivo no Brasil neste fim de semana é emoção. O país terminou sua participação nos Jogos Olímpicos com o melhor desempenho de todos os tempos. No quadro de medalhas o Brasil ficou na 12º colocação, superando a classificação nas Olimpíadas do Rio, em 2016, quando terminou em 13º.

Neste ano foram 21 medalhas: sete de ouro, seis de prata e oito de bronze.

A última série de conquistas brasileiras começou na noite de sexta-feira (6) pelo horário de Brasília, com a vitória do baiano Isaquias Queiroz na final da canoagem C1, garantindo uma medalha inédita para o país no esporte. Isaquias largou bem, mas chegou a cair para a quarta posição, na reta final ele assumiu a dianteira, mantendo um ritmo muito forte e uma vantagem de um barco pro segundo colocado, o chinês Rao Lio.

Com a vitória, Isaquias soma quatro medalhas em Jogos Olímpicos, três delas conquistadas na edição passada. A deste ano é a primeira de ouro. Assim, Isaquias vira o terceiro maior medalhista Olímpico do país. Depois da prova ele dedicou a vitória a todos os brasileiros que perderam entes queridos para a Covid-19.

Na mesma noite o também baiano Hebert Conceição conquistou o ouro no boxe, na categoria peso médio. Hebert perdeu os dois primeiros rounds e venceu de virada por nocaute. Durante o campeonato ele se posicionou contra o racismo no esporte, dedicou a vitória as vítimas da Covid e entrou no entrou ao som da música “Madiba”, do grupo baiano Olodum, que faz referência a Nelson Mandela.

Na manhã de sábado (7), pelo horário de Brasília, foi a vez da seleção masculina de futebol conquistar o bi campeonato olímpico, vencendo a Espanha na prorrogação e ficando com o ouro.

Na madrugada de domingo (8) a sergipana Bia Ferreira fez história conquistando a prata no boxe feminino, na categoria até 60 quilos. Foi a melhor classificação do boxe feminino no Brasil. Na mesma noite, as meninas do vôlei também conquistaram a prata, em uma disputa com os Estados Unidos, que levou o ouro por três sets a zero.

Na cerimônia de encerramento, quem levou a bandeira brasileira representando toda a delegação foi a ginasta Rebeca Andrade, que faturou duas medalhas, uma de outro e outra de prata, e encantou o país com uma série de acrobacias ao som da música Baile de Favela.


Programa Bem Viver é transmitido diariamente na Rádio Brasil Atual, a partir das 11h / Brasil de Fato

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Edição: Sarah Fernandes