Crise sanitária

População do Grajaú está sem atendimento após fechamento de hospital e pronto socorro

Jornal Brasil Atual também traz detalhes do depoimento do coronel da reserva Hélcio Bruno à CPI da Covid

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Governo Doria justificou que a mudança no atendimento do Hospital do Grajaú segue as diretrizes do SUS - Sindicato dos Bancários de Brasília

A população do Grajaú, distrito mais populoso da cidade de São Paulo, com cerca de 350 mil habitantes, passa atualmente por grandes dificuldades para conseguir atendimento médico hospitalar.

As duas unidades que realizavam atendimentos de maior complexidade, o Hospital Geral do Grajaú e o Pronto Socorro Maria Antonieta, estão fechados e, na prática, não há alternativas para o atendimento.

A população que precisa de atendimento deve recorrer às unidades AMA Castro Alves ou Jardim Icaraí e, se for considerado necessário o atendimento hospitalar, aguardar encaminhamento pela própria unidade.

Porém, como explica o coordenador do Movimento Popular de Saúde da Capela do Socorro, Humberto Oliveira, as duas unidades já operavam com alta demanda e a situação agora é de filas e longa espera por atendimento.

O Hospital Geral do Grajaú foi fechado em fevereiro, inicialmente com a justificativa de priorizar atendimento de pacientes com covid-19. No entanto, hoje o governo Doria alega necessidade de priorizar no local o atendimento de casos graves e gravíssimos.

Com isso a demanda de pronto socorro acabou centralizada no pronto socorro Maria Antonieta, que foi fechado em junho para uma ampla reforma.

Oliveira explica que o movimento de saúde tentou articular que o atendimento fosse feito em um hospital de campanha, e que no dia 16 de junho o governo Nunes deu uma resposta positiva indicando que a demanda seria atendida.

No entanto, no dia seguinte, a unidade já estava fechada, sem que fosse oferecida qualquer alternativa de atendimento além das duas unidades AMA.

Para a população restou a dificuldade em conseguir atendimento. Para acessar o AMA Jardim Icaraí, mais equipado para o atendimento, a população do Grajaú agora precisa pegar duas conduções.

Além disso, com as unidades lotadas, o atendimento ficou mais demorado e não há equipes suficientes para absorver a demanda, como relata a auxiliar-administrativa Claudiana Dantas, que recentemente precisou de atendimento médico para a mãe dela.

Na semana passada, a vereadora Juliana Cardoso (PT), vice-presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal, esteve na região para ouvir a população sobre a situação. Ela afirma que há pouco interesse dos parlamentares em enfrentar o problema.

Em nota a prefeitura de São Paulo informou que a reforma do Pronto Socorro Maria Antonieta deve ser concluída em 9 de setembro e que as unidades AMA foram convertidas em atendimento 24 horas para garantir o atendimento à população.

Também em nota, o governo Doria justificou que a mudança no atendimento do Hospital do Grajaú segue as diretrizes do SUS.

*Com informações de Rodrigo Gomes. 

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