Desde a greve de 2020, os trabalhadores dos Correios se preocupam com a privatização da empresa pública que impactará serviços voltados à população mais pobre e também a categoria, que abrange quase 100 mil pessoas.
Aprovado na Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei (PL) 591/2021 agora passa para análise no Senado. Sabemos dos impactos da privatização e do prejuízo no serviço à população trabalhadora, da possível falta de entrega nas pequenas cidades, do aumento tarifário, e há também a questão do ataque contra os direitos trabalhistas dos ecetistas, que estão na ativa, os aposentados e até contra os já precarizados.
Caso seja aprovada a privatização dos Correios no Congresso, graças à dupla Bolsonaro/Paulo Guedes que estão à serviço do capital financeiro internacional, os trabalhadores passam a ter apenas 18 meses de estabilidade, podendo ser demitidos sem justificativa após o período. Eles podem aderir, em 180 dias, ao Plano de Demissão Voluntária (PDV) da empresa. Ao invés de 18 meses, o trabalhador pode optar por uma indenização equivalente a 12 meses do atual salário. Sabemos, na prática, a pressão por demissões que pode haver dentro da empresa. Tudo isso se soma ao desvínculo possível com os terceirizados e prestadores de serviços.
É fato que os Correios, empresa eficiente, histórica e lucrativa, em tempos de pandemia representam um grande filão para o capital. Hoje, parte das vendas de grandes setores da economia passou a ser feita online. Há o risco de um perigoso monopólio privado no setor.
Trabalhadores apontaram possibilidade de greve para o dia 17 de agosto. É essencial os setores da esquerda apoiem a greve, dialoguem e expliquem, em cada caixinha de Correios, que a sociedade deve dizer um “não” ao projeto privatista.
**Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.
Fonte: BdF Paraná
Edição: Frédi Vasconcelos