Um dia após perder o mandato em votação na Câmara dos Deputados, Flordelis (PSD-RJ), acusada de mandar matar o marido, o pastor Anderson do Carmo, em junho de 2019, sofreu mais uma derrota nesta quinta-feira (12) e terá que permanecer com a tornozeleira eletrônica, por determinação da Justiça do Rio de Janeiro.
Enquanto manteve a imunidade parlamentar, Flordelis tinha o abrandamento das medidas cautelares. Diferentemente dos outros dez réus do caso que estão presos, ela usa apenas a tornozeleira. Ela e os demais réus irão a júri popular.
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Na decisão desta quinta-feira (12), o desembargador Celso Ferreira Filho, da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, entendeu que a defesa não apresentou elementos suficientes que justificassem a suspensão imediata da medida cautelar imposta à Flordelis.
Cassação
Na noite da última quarta-feira (11), Flordelis, que é acusada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro pelo assassinato, teve o mandato de deputada cassada em placar que teve 437 votos favoráveis, 7 contrários e 12 abstenções. Para cassar o mandato, são necessários os votos de pelo menos 257 deputados (maioria absoluta) em votação aberta e nominal.
Além de perder o cargo, a deputada ficará inelegível por determinação da Lei da Ficha Limpa. O suplente que assume o mandato de Flordelis é Jones Moura (PSD).
O relator do processo no Conselho de Ética, deputado Alexandre Leite (DEM-SP), afirmou que Flordelis usou o mandato para coagir testemunhas e ocultar provas. Ele ressaltou que a análise se limitou a fatos considerados antiéticos, sem entrar no mérito de quem é o culpado da morte do pastor Anderson do Carmo.
O relatório, segundo ele, comprova o uso indevido do mandato pela deputada. “O que se extrai desse processo no âmbito de Conselho de Ética são os fatos antiéticos, como o uso do mandato para coação de testemunha e para ocultação de provas”, disse Alexandre Leite.
No Plenário, Flordelis fez sua defesa e reafirmou a inocência. A agora ex-deputada disse que os parlamentares se arrependerão do resultado da votação. “Quando o tribunal do júri me absolver, vocês vão se arrepender de ter cassado uma pessoa que não foi julgada”, disse Flordelis.
A defesa de Flordelis afirmou que os deputados fizeram uma injustiça com a ex-parlamentar fluminense. Mas os deputados insistiram que não estavam condenando Flordelis pelo homicídio, mas se ela abusou de suas prerrogativas parlamentares.
Fonte: BdF Rio de Janeiro
Edição: Eduardo Miranda