O Brasil registrou 966 mortes pela covid-19 nesta sexta-feira (13). No mesmo período de 24 horas, foram 33.933 casos confirmados da doença.
Com os acréscimos, o país chegou a 567.862 vítimas e ao menos 20,319 milhões de infectados desde o início do surto, em março de 2020. Isso desconsiderando ampla subnotificação, já que em nenhum momento o governo federal traçou estratégias de combate à covid-19.
Entre as principais medidas negligenciadas, estão a realização intensa de testes, rastreio de contágios e adoção de medidas de isolamento social.
Ao contrário, o presidente Jair Bolsonaro adotou uma postura de negar a ciência e as orientações dos pesquisadores e da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Muitos países adotaram a receita indicada pelos cientistas e controlaram de forma eficaz o surto. Na Austrália, por exemplo, o governo realiza um intenso rastreio dos casos confirmados. Ao menor sinal de descontrole, as cidades adotam medidas rígidas de isolamento social, o chamado lockdown. No início da semana, a capital Camberra iniciou o distanciamento social após a identificação de apenas um caso.
Resultados
Os resultados são claros. O país da Oceania tem 948 mortos pela covid-19 desde o início da pandemia. Enquanto isso, o Brasil é a segunda nação com maior número de mortos, atrás apenas dos Estados Unidos.
A mortalidade em relação à população no Brasil é 4,4 vezes superior à média mundial. Cientistas afirmam que, caso o governo federal tivesse adotado medidas para proteger a população, poderiam ter sido salvas mais de 400 mil vidas.
A Austrália também se destaca positivamente em relação à estratégia vacinal. O governo local foi duramente criticado por não traçar uma estratégia rápida para compra de vacinas. Com escassez de imunizantes tal como o Brasil, a Austrália optou por acelerar as segundas doses, em vez de priorizar o avanço das primeiras.
É uma lógica que faz sentido em um cenário de disseminação da variante delta, até 70% mais contagiosa do que outras cepas e que derruba a eficácia das primeiras doses. Agora, o país tem 23,16% de imunizados com duas doses, diante de 23,95% no Brasil. Já em relação às primeiras, são 44,12% entre australianos e 57,75% dos sul-americanos.
Embora as vacinas sejam a principal estratégia para controle do vírus, epidemiologistas de entidades como a OMS e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) argumentam que a crise só será superada com a adoção de estratégias conjuntas.
Não existem vacinas 100% eficazes, logo, elas devem ser combinadas com isolamento social, rastreio de contágios, vacinação em massa e uso de máscaras. Todas estas medidas rejeitadas pelo governo brasileiro.
Vacinação
O cenário do combate à pandemia no Brasil é turbulento e passa também por escândalos de corrupção envolvendo o governo Bolsonaro e a aquisição tardia de vacinas.
Então, tanto a prevaricação como a corrupção e o favorecimento ilícito são investigados na CPI da Covid. Contudo, os resultados da vacinação são positivos no Brasil. Embora cientistas critiquem a ausência de outras medidas para controle da pandemia e a lentidão na vacinação, os indicadores estão em ritmo de queda sustentável desde o dia 12 de abril.
Hoje, a média diária de mortes pela covid-19 no Brasil, calculada em sete dias, está em 871, número similar às primeiras semanas deste ano. Já o mesmo indicador médio de casos diários está em 30.036, melhor situação desde o dia 24 de novembro.
Negacionismo
Enquanto a variante delta ganha espaço no Brasil e ainda circula de forma tímida, em outros países a cepa provocou elevação brusca nos casos registrados. A relevância da vacinação fica explícita em um cenário comparativo.
Países que vacinam com maior velocidade e sociedades que aceitam de forma mais positiva os imunizantes mantém a redução das mortes, mesmo com aumento de infectados. Entretanto, em países que enfrentam dificuldades com a vacinação não vivem o mesmo cenário positivo.
Os Estados Unidos possuem abundância de vacinas, suficiente para toda a população. Entretanto, menos da metade dos norte-americanos estão vacinados com duas doses, 46,31%. Pesa sobre o país o problema da desinformação e das fake news.
Movimentos negacionistas e antivacinas divulgam mentiras sobre a segurança dos imunizantes. O resultado é o avanço descontrolado da doença, com mais de 100 mil casos diários em média nesta semana. O Centro de Controle de Doenças (CDC) do país afirma que 99% das mortes nas últimas três semanas são de pessoas que rejeitaram as vacinas.
Enquanto isso, o Canadá, com mais de 60% da população totalmente imunizada, não experimenta o mesmo avanço, como é possível ver nos gráficos comparativos a seguir.